Procura-se um héroi
- Bom dia, pois não?
- Er... Bom dia, senhor. É que eu vi o anúncio da oferta de emprego e vim me apresentar. Quero substituir o Super-Homem.
- Ah sim, pois bem. Ele já estava meio velho mesmo, já estava na hora. Sabe como é, cueca pra fora da calça... e tem ainda aquela insuportável alergia a criptonita, vivia faltando o trabalho por causa disso, como se eu não soubesse que, na verdade, ele tava de amasso com a senhorita Lana Lang.
- Concordo.
- Então, meu jovem, por que você acha que seria um bom super-herói? Que super poderes você tem?
- Eu sei ser bom.
- Como é? Tá me dizendo que você não sabe nem voar?
- Hoje em dia, não há mais monstros atacando a cidade e comendo gente viva, então, saber voar ou ter visão de raio-laser, não faz tanta diferença. É até fácil, se formos parar pra pensar.
- E como eu explicaria pra gerência, caso contratasse um herói só por ser bom?
- Diria pra eles que eu sou capaz de levar cada pessoa a sério; não me acho superior a ninguém, independente da raça, opção sexual e gostos pessoais do outro; quando tenho uma dificuldade, eu tenho medo, sim, mas não fujo, enfrento. Sei amar, respeitar, compreender. Agora você me diz se no mundo de hoje, isso não é ser super-herói.
- Sim, você está certo. Realmente, nunca conheci ninguém assim.
- Então, estou contratado?
- Não.
- Não?! Por que??
- Aquela vaga ali onde você parou seu carro. É exclusiva para deficientes, amigo.