Viagem a Infância
Hoje fiz um "tour" na minha infância.
É estranho se descobrir "grande".
Grande mesmo, não usei o termo errado, não queria dizer "velha" ou "madura", ou qualquer outra coisa.
Quis dizer exatamente "grande".
Visitei hoje a casa onde passei parte da minha infância.
Não a casa onde morei, mas a casa da minha vizinha.
Nossa, me surpreendi ao perceber como eu era pequena.
Tenho lembranças bastante claras da casa, dos móveis, da disposição dos mesmos na época em que eu era "pequena".
Tudo era tão grande, tão espaçoso...
Como toda criança, eu brincava bastante com a minha amiga.
Convivemos dos 05 aos 12 anos, e fizemos muitas "estripulias" no decorrer desses anos.
Eu era uma menina magrinha, pequena mesmo, e cheguei até a preocupar minha mãe, que pensava que eu acabaria ficando anã.
Para uma criança, aquela casa parecia enorme, com salas amplas, janelas altas e largas...
Hoje o "castelo" ruiu.
Ao entrar na casa, embora tenham sido feitas algumas reformas, foi para mim, como se a casa tivesse encolhido, literalmente.
Comecei a olhar tudo, nos pequenos detalhes, mas tudo era tão estranho, tão pequeno.
Fechei os olhos e me vi, correndo e brincando no gramado, no hall de entrada, na sala, tocando piano, e foi ai que me dei conta...
Como eu cresci, como eu fiquei grande.
As janelas da sala de jantar, não são tão altas como eram.
Tínhamos que ficar na ponta dos pés para podermos enxergar lá dentro, hoje, ela está da altura da minha cintura.
A sala de estar, minúscula, até parece que construíram uma sala menor.
O escritório, lembro que embora fosse território proibido para nós crianças, era muito grande, hoje, tão pequeno.
A ala da garagem e jardins, essa já nem existe mais, mas a lembrança ainda está bem viva.
Lembro com clareza das folhagens nas quais nos escondíamos nas brincadeiras de pique-esconde, me lembro do pinheiro frondoso que ficava no jardim, ao qual era enfeitado na época do Natal com muitas lâmpadas coloridas, e fazia sombra no gramado em que brincávamos de bola, onde um dia cortei o joelho, ao cair sobre um caco de vidro.
Disso, só restou a cicatriz.
De lá pude ver a janela do que antes foi o meu quarto, na casa vizinha.
Estranho, o muro antes parecia tão alto, embora nós o pulássemos como se fosse uma mureta. (Essa parte minha mãe não poderia vir a saber, tão pouco a mãe de minha amiga).
Mas o tempo passa, ou nós passamos pelo tempo, e nós crescemos.
Não!!! As coisas é que encolhem. (risos)