Minhas Músicas Inesquecíveis_4_Branca (Carlos Galhardo)
Castelo Carlos Galhardo nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 24/4/1913 e morreu no Rio de Janeiro, RJ em 25/7/1985. Ao lado de Vicente Celestino, Francisco Alves, Orlando Silva e Sílvio Caldas, formou o quadro dos grandes cantores da era do rádio. Sua voz afinada e inconfundível era um instrumento seguramente apropriado para a valsa, gênero musical muito apreciado na era romântica da MPB, e por isso foi cognominado de "O Rei da Valsa".
Galhardo também se notabilizou por cantar temas de datas festivas e algumas de suas melhores músicas exaltam o espírito sentimental de certas épocas,tais como o Natal, Bodas de Prata, Festa dos Quinze Anos, Dia das Mães, Dia dos Pais, Noivado, Dia dos Namorados, etc.
É quase impossível para mim, um romântico incorrigível, não me arrepiar de emoção ou não me inundar de doída saudade ao ouvir de novo as músicas de Carlos Galhardo que foram companheiras da minha infância e adolescência, principalmente Branca, A Você, Bodas de Prata, Fascinação, A Pequenina Cruz do Teu Rosário, Maringá, Salão Grenat, Rapaziada do Brás, Velho Realejo e Boneca Cobiçada. Mas, de todas essas músicas, a que mais me marcou, sem dúvida alguma, foi a valsa Branca, não só pela sua bela e dolente melodia como pela letra, que relata uma fascinante e dramática história de amor.
Zequinha de Abreu, grande e talentoso músico, compositor e instrumentista brasileiro do passado, que tinha inclusive o raro dom de compor de improviso, era apaixonado por Bruna Barreto, uma linda moça, filha do chefe da estação ferroviária de Santa Rita do Passa Quatro - SP. Um certo dia, estava com amigos na frente de um clube quando, de repente, a jovem passou. De improviso, naquele momento, Zequinha fez uma melodia instrumental para ela, não escondendo de ninguém que Bruna Barreto era a musa que a inspirara. Tempos depois, a letra foi composta pelo poeta Décio Abramo, vulgo Duque de Abromonte, e, em torno dessa letra, duas lendas foram geradas. Uma diz que Branca foi seduzida por um caixeiro viajante, que a deflorou, depois a abandonou e por isto a moça suicidou-se. A partir daquele dia, o fantasma da moça passou a assombrar a cidadezinha. A outra lenda diz que Branca nunca casou e até bem velhinha, todas as tardinhas, era vista na estação da cidade esperando o caixeiro-viajante que a abandonara, só indo para casa após a chegada do último trem. Os trens já tinham deixado de circular há tempos quando ela foi encontrada morta em um dos bancos da estação desativada.
Lendas à parte, o certo é que, pelas próprias declarações de Zequinha de Abreu, foi Bruna Barreto a musa inspiradora da valsa Branca e que a respectiva letra, que transcrevo abaixo, não deixa nenhuma dúvida de que ela padeceu de cruel desilusão amorosa.
E a valsa é linda, linda... Comprovem.
BRANCA
Há tempos que a vi,
Que eu a conheci.
Ela era linda, um primor de amor,
Misto de estrela e de flor.
Mas também sofreu,
Eu sei, vou contar,
Pois li naqueles olhos
Cansados de chorar:
De tarde ao chegar
Os trens, um a um,
Ela viu desembarcar
Um estranho tentador...
Vi Branca cismar
Num sonho de amor,
Ficou logo apaixonada
Do mancebo tentador.
Mas essa flor
Não sentiu florir o amor...
Nunca o sentiu florir
Porque ele teve que partir.
Viu-o embarcar
Como um dia após o amar.
E nunca mais
Sentiu seu puro amor
O jovem tentador.
(Zequinha de Abreu e Duque de Abramonte, cantada por Carlos Galhardo)
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Nota do Autor:
Foi incluída nesta edição, a música "Branca", valsa de autoria de Zequinha de Abreu e Duque de Abramonte, cantada por Carlos Galhardo. Contudo, devido à política editorial do Recanto das Letras, as músicas só podem ser reproduzidas no Site do Escritor; caso você esteja visualizando esta página apenas no Recanto das Letras e queira ouvir a música incluída, use o link de controle abaixo para ser redirecionado ao Site do Escritor:
antoniomaria.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=3117585
Castelo Carlos Galhardo nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 24/4/1913 e morreu no Rio de Janeiro, RJ em 25/7/1985. Ao lado de Vicente Celestino, Francisco Alves, Orlando Silva e Sílvio Caldas, formou o quadro dos grandes cantores da era do rádio. Sua voz afinada e inconfundível era um instrumento seguramente apropriado para a valsa, gênero musical muito apreciado na era romântica da MPB, e por isso foi cognominado de "O Rei da Valsa".
Galhardo também se notabilizou por cantar temas de datas festivas e algumas de suas melhores músicas exaltam o espírito sentimental de certas épocas,tais como o Natal, Bodas de Prata, Festa dos Quinze Anos, Dia das Mães, Dia dos Pais, Noivado, Dia dos Namorados, etc.
É quase impossível para mim, um romântico incorrigível, não me arrepiar de emoção ou não me inundar de doída saudade ao ouvir de novo as músicas de Carlos Galhardo que foram companheiras da minha infância e adolescência, principalmente Branca, A Você, Bodas de Prata, Fascinação, A Pequenina Cruz do Teu Rosário, Maringá, Salão Grenat, Rapaziada do Brás, Velho Realejo e Boneca Cobiçada. Mas, de todas essas músicas, a que mais me marcou, sem dúvida alguma, foi a valsa Branca, não só pela sua bela e dolente melodia como pela letra, que relata uma fascinante e dramática história de amor.
Zequinha de Abreu, grande e talentoso músico, compositor e instrumentista brasileiro do passado, que tinha inclusive o raro dom de compor de improviso, era apaixonado por Bruna Barreto, uma linda moça, filha do chefe da estação ferroviária de Santa Rita do Passa Quatro - SP. Um certo dia, estava com amigos na frente de um clube quando, de repente, a jovem passou. De improviso, naquele momento, Zequinha fez uma melodia instrumental para ela, não escondendo de ninguém que Bruna Barreto era a musa que a inspirara. Tempos depois, a letra foi composta pelo poeta Décio Abramo, vulgo Duque de Abromonte, e, em torno dessa letra, duas lendas foram geradas. Uma diz que Branca foi seduzida por um caixeiro viajante, que a deflorou, depois a abandonou e por isto a moça suicidou-se. A partir daquele dia, o fantasma da moça passou a assombrar a cidadezinha. A outra lenda diz que Branca nunca casou e até bem velhinha, todas as tardinhas, era vista na estação da cidade esperando o caixeiro-viajante que a abandonara, só indo para casa após a chegada do último trem. Os trens já tinham deixado de circular há tempos quando ela foi encontrada morta em um dos bancos da estação desativada.
Lendas à parte, o certo é que, pelas próprias declarações de Zequinha de Abreu, foi Bruna Barreto a musa inspiradora da valsa Branca e que a respectiva letra, que transcrevo abaixo, não deixa nenhuma dúvida de que ela padeceu de cruel desilusão amorosa.
E a valsa é linda, linda... Comprovem.
BRANCA
Há tempos que a vi,
Que eu a conheci.
Ela era linda, um primor de amor,
Misto de estrela e de flor.
Mas também sofreu,
Eu sei, vou contar,
Pois li naqueles olhos
Cansados de chorar:
De tarde ao chegar
Os trens, um a um,
Ela viu desembarcar
Um estranho tentador...
Vi Branca cismar
Num sonho de amor,
Ficou logo apaixonada
Do mancebo tentador.
Mas essa flor
Não sentiu florir o amor...
Nunca o sentiu florir
Porque ele teve que partir.
Viu-o embarcar
Como um dia após o amar.
E nunca mais
Sentiu seu puro amor
O jovem tentador.
(Zequinha de Abreu e Duque de Abramonte, cantada por Carlos Galhardo)
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Nota do Autor:
Foi incluída nesta edição, a música "Branca", valsa de autoria de Zequinha de Abreu e Duque de Abramonte, cantada por Carlos Galhardo. Contudo, devido à política editorial do Recanto das Letras, as músicas só podem ser reproduzidas no Site do Escritor; caso você esteja visualizando esta página apenas no Recanto das Letras e queira ouvir a música incluída, use o link de controle abaixo para ser redirecionado ao Site do Escritor:
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