COMECEI CEDO, MAS FAMOSA NÃO FIQUEI.




Outro dia encontrei alguns escritos meus, já estão amarelados, tem marcas nas dobras em que os deixei guardados.
Li, cada um com emoção, alguns deles eu tinha onze ou doze anos de idade.
Percebi mais uma vez, como escrever sempre foi um lenitivo para minha alma.

Em uma página estava escrito: "estou adorando as aulas de francês do ginásio, com certeza vou seguir estudando esse idioma".
Não segui, não, as únicas poucas frases que falo em francês, são aquelas que aprendi em meu primeiro e segundo ano de ginásio.
Em outras linhas, escrevo sobre as emoções de estar lendo livros do Escritor Jorge Amado. Devia de estar com uns quinze anos, e maravilhada com a capacidade do autor, escrevi: "Ainda vou ser uma escritora famosa, adoro escrever, só de ler, gosto mais que de escrever".
Também isso, não realizei, não sou escritora, somente sou uma rabiscadora. E a fama então, passou a léguas de mim.

Mas, a disposição para transferir para a escrita, emoções, vivências, fatos, dúvidas, o cotidiano, me acompanham, isso não mudou, nem deixou de ser.
Continuo sentindo que escrever é tão bom quanto ler.
Ambos me acrescentam, somam em mim.

Nessa última viagem que fiz à Nova York, estava em uma famosa livraria da cidade, quando vi uma imensa fila se formar rapidamente.
Curiosa fui olhar a que se destinava. Cheguei mais perto do início da fila, e lá estava uma mulher madura, de rosto sorridente, olhos brilhantes, caneta na mão, debruçada sobre uma pilha de livros. Compenetrada, ela assinava um exemplar e entregava sorrindo à pessoa que estava na fila.

Fui até a estante e pequei um exemplar do livro que ela naquele dia lançava ali. Tratava-se de um livro de auto ajuda. Fiquei por alguns minutos, absorta, encantada, olhando aquela bela mulher, Escritora de talento e sucesso, que ali estava para uma manhã de autógrafos.
Pensei: como eu gostaria de ter esse talento, essa competência, ver minha escrita apreciada por muitas pessoas.
E ainda receber por isso. Nossa que paraíso seria!!

Gosto de pensar, que nunca desisti de escrever.
Preciso da escrita, como preciso da água, do pão, do ar, da terra, do sol.
Escrever é vital para mim, é fonte de prazer, por vezes é catarse.

Seja pelo motivo que for a escrita nunca é um ônus, mas sempre é um bônus.

São muitos escritos guardados desde a infância, e não se esgota a sede de beber dessa água pura que é o ato de escrever.
Fonte segura, onde sempre encontro o caminho de me entregar e encontrar.

Nesse dia do ESCRITOR:
Aos Escritores famosos, meus Parabéns com Louvor.
Aos escrevinhadores como eu, meus Parabéns em dose dupla, pela coragem, disposição e perseverança.
Com fama ou sem ela, por profissão ou não, pra mim escrever é um imenso prazer.


Lenapena
Enviado por Lenapena em 25/07/2011
Reeditado em 08/11/2011
Código do texto: T3117473