VAI DORMIR MARIA, VAI
Que procuras? Tudo. Que desejas? - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
(Despedida /Cecilia Meireles)
Enquanto isto Maria me dizia: O meu caminhar é um caminhar sem volta, solitário, voltado para dentro de mim, a cada passo que dou vou descobrindo sentimentos; se em algum momento infelicidade sinto ou frustrações reconheço, culpo-me por eles. E quanto brigo comigo! Assim, vou seguindo a estrada da vida sem atropelar ninguém - mesmo nesta estrada não havendo nenhuma sinalização - ando devagar, ziguezagueando por vezes, não levo nada nas mãos, não tenho pressa, se canso paro, depois do descanso prossigo; não tenho horizonte, não tenho ponto de chegada, nem a poeira nem o suor do meu rosto me atrapalham, não tenho ninguém a minha espera, não sei nem ao menos o que me aguarda na próxima curva. E se não percebo o dia passar, pouco importa que a semana voe, o mês acabe e que o ano finde. Eu continuo eu, tal qual Letícia Thompson esperando que uma hora ou outra minhas mãos se abram e o vento carregue esta minha vida.
Nesse ponto a Maria ficou calada, ai eu indaguei: Acabou, Maria? Ela respondeu: sim. Então, eu disse: vai dormir Maria, vai... E ela foi, mas nem deu boa noite...
Que procuras? Tudo. Que desejas? - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
(Despedida /Cecilia Meireles)
Enquanto isto Maria me dizia: O meu caminhar é um caminhar sem volta, solitário, voltado para dentro de mim, a cada passo que dou vou descobrindo sentimentos; se em algum momento infelicidade sinto ou frustrações reconheço, culpo-me por eles. E quanto brigo comigo! Assim, vou seguindo a estrada da vida sem atropelar ninguém - mesmo nesta estrada não havendo nenhuma sinalização - ando devagar, ziguezagueando por vezes, não levo nada nas mãos, não tenho pressa, se canso paro, depois do descanso prossigo; não tenho horizonte, não tenho ponto de chegada, nem a poeira nem o suor do meu rosto me atrapalham, não tenho ninguém a minha espera, não sei nem ao menos o que me aguarda na próxima curva. E se não percebo o dia passar, pouco importa que a semana voe, o mês acabe e que o ano finde. Eu continuo eu, tal qual Letícia Thompson esperando que uma hora ou outra minhas mãos se abram e o vento carregue esta minha vida.
Nesse ponto a Maria ficou calada, ai eu indaguei: Acabou, Maria? Ela respondeu: sim. Então, eu disse: vai dormir Maria, vai... E ela foi, mas nem deu boa noite...