Opa, vizinho
Cada vez que você precisa de uma coisa, quem é a pessoa que você recorre? Essa pessoa que esteve, está e sempre vai estar do seu lado? Isso (infelizmente) o seu vizinho. Sim a sua segunda família (tem esse nome por que só pede as coisas, o nome correto tinha que ser segundo cunhado) aquele cara que você não sabe como, mais deixa faltar açúcar, café, sal, farinha, margarina, ovos, uma pitadinha de fermento, mistura tudo coloca no forno por 45 minutos da um bolo. Porque não tem explicação o tanto de coisas que seu vizinho pede emprestado, é a lei do igualmente proporcional “tudo que o vizinho pede é igualmente proporcional ao que você tem na dispensa”. E pede emprestado, o que não faz muito sentindo por que eu nunca vi um vizinho devolver uma xícara de açúcar, male mal devolve a xícara. Ou vai dizer que não tem aqueles vizinhos que ficam com uma coisa sua durante tanto tempo que quando você vai pegar de novo tem que pedir emprestado?
Mais essas pessoas tão solicitas que quando seu carro não quer funcionar ele empurra, quando você não tem onde almoçar ele convida, que quando você sai vai fazer companhia para sua mulher.
Opa vizinho.
O vizinho, tranqüilo?
Sim, sim, ta sabendo que, que aconteceu vizinho?
Não, o que, que aconteceu vizinho?
Tão pra mudar o negócio de lugar vizinho.
Mais pra onde vai vizinho?
Ih vizinho não sei.
Ah se souber de alguma coisa avisa vizinho.
Pode deixar vizinho.
E difere o tipo de vizinhança pra cada lugar, em São Paulo, os vizinhos estão sempre juntos, unidos, por causa do transito. No Rio Grande Do Sul, eles dividem tudo desde o churrasco até a roupa de cama, escova de dente e lingerie. No Rio de Janeiro, é todo mundo na rua, conversando, jogando conversa fora pelo menos até o toque de recolher dos traficantes, e em Curitiba, o curitibano mora desde que nasceu na mesma casa, na mesma vizinhança e não sabe sequer o nome do vizinho quando muito da uma boas entradas de ano novo, afinal de contas pra que pegar amizade com que só vai tirar de você?