Dono de mim
Alta médica, alta moral, alta sentimental, alta, alta, alta! A inveja precisa de alta, a baixa autoestima precisa de alta, a raiva precisa de alta. Isso não deve mais fazer parte do meu viver. Há muito tempo, e sem que eu percebesse, o intocável, o invisível, o inaudível entrou em minha vida, depositando tudo de ruim que existe, silenciou-se em meu ser, enraizou-se nas minhas veias e aproveitou-se daquilo de mais impuro que tenho: o meu defeito de caráter.
Por quanto tempo esse abstrato me escravizou e me vampirizou? Não quero mais essa caminhada lado a lado. Em sua falta de agilidade, eu o descobri, antes que minha cegueira moral me fizesse acreditar que era normal sentimentos vis. E após essa descoberta, eu o expulso! Sou eu quem decide minhas companhias. Sou eu quem decide quem entra e sai de mim. Sou eu o dono dos meus atos sãos ou insanos. Tantos anos de luta contra o derrotado, e somente agora percebi que a batalha era ganha!
CHEGA! Quero gritar com todos os meus timbres vocálicos. Exorcizá-lo! Escorraçá-lo! Escarrar em sua cara de demônio disfarçada de anjo. Desprezar pura e conscientemente. O ranço gosta do desprezo? Não seja tolo, a mim você não engana mais. Quem se alimente com o desprezo? Ninguém! Efetivamente ninguém! E não queira me ludibriar fazendo-me acreditar que a confusão atitudinal é seu ponto de partida.
FORA! Não busque por outros corpos! E se assim o fizer, seus adversários estão prontos e prevenidos para dar as cartas desse jogo perdido.