Para sempre, Amy!

Morre Amy Winehouse. Não há como exprimir o lamento de tal desperdício, (caso tenha sido por excesso de drogas) a exemplo do que já ocorreu com outras grandes cantoras e artistas de talento destacado. Fazia muito tempo que não surgia alguém que me despertasse querer ouvir com freqüência como a Amy me fez e à imensa legião de admiradores. Custa admitir que não ouviremos mais aquela voz surpreendentemente negra rasgar a estanque cena da música internacional com seu estilo retrô parecendo evocar Billy Holiday, brindar com Edith Piaf e namorar com Nat King Cole. Cantar assim, deslavadamente, desmedidamente... Compor com personalidade elementos conhecidos sem ser repetitiva dando um ar de novo ao velho jazz impregnado do pop.

Não tive como não deixar de amar aquela dançazinha ritmicamente desajeitada, a despeito de ser ou não coreografada previamente; de não curtir o visual satírico dos anos sessentas confundindo as estéticas das décadas nesse mix. Ainda que temeroso, esperava sim pelo seu próximo trabalho gravado em estúdio com a expectativa que há muito perdera em relação a algum outro artista que não fosse a Elis ou o Chico. Detesto ter que repetir a profética frase do Cazuza que, de resto, serve para tantos propósitos: “meus heróis morreram de overdose...”