VIRGINDADE PARA QUE TE QUERO!

Pode parecer um assunto ultrapassado mas, para uma aficionada por História como eu, qualquer assunto é digno de pesquisa, até um simples hímen. Principalmente porque, esse simples hímen, foi um dos fatores de dominação do homem sobre a mulher durante grande parte da História da humanidade. E, por incrível que pareça, em algumas sociedades atuais ainda é.

A primeira referência sobre a virgindade parece ser a lenda de um escorpião que, para defender a castidade da deusa Diana, picou o pé de Orion, o dito violador. A partir dessa lenda, as princesas e cortesãs, recebiam como presente do pai, no dia da primeira menstruação, um escorpião de bronze com dentes de agulha que vazavam, literalmente, o insolente membro intruso, a ponto de o invalidarem.

Segundo Peter Stearns, especialista em história sexual da Universidade George Mason (EUA), foi a dez mil anos que o hímen se tornou importante. Em seu livro "História da Sexualidade" diz que na sociedade pós-agricultura, com a possibilidade de acumular patrimônio, as filhas viraram moeda de troca entre famílias através da herança e do dote. Assim tornou-se importante as filhas não engravidarem de gente indesejada. Com o advento do Cristianismo, o cuidado com a virgindade recrudesceu. Jesus nasceu de uma virgem, portanto o sexo passou a ser visto como pecado. Pode-se dizer que a origem da palavra virgindade é de fundo religioso, com o intuito de refrear a atividade sexual feminina. Mulher virgem era garantia de que somente os filhos legítimos herdassem os bens da família. Com isso o fator econômico prevalecia sobre os sentimentos e a maioria dos casamentos era arranjado entre os pais.

Aí cabe uma pergunta: porque só as mulheres deviam manter-se virgens? É o domínio do machismo, a lei do mais forte, desigual e preconceituosa que, infelizmente, embora em situações diferenciadas, prevalece até os dias atuais. Hoje não se cobra mais a virgindade da mulher, mas a violência doméstica faz morada em muitos lares, desgraçando vidas e fazendo vítimas inocentes.

Giustina
Enviado por Giustina em 23/07/2011
Reeditado em 27/07/2014
Código do texto: T3113620
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