A TULIPA E A AZEITONA


 
 
Estou com dois vasos de tulipas. Hastes longas de um verde lindo e delicado. Cada um com cinco tulipas vermelhas, maravilhosas e me fazem feliz. Foi na beleza da Natureza que encontrei felicidade. A tulipa tem seis pétalas perfeitas, iguais. No centro, o vermelho se esboça em um desenho escuro, quase preto contornado com uma linha amarela delineando a perfeição geométrica. No centro o desenho claro,  numa terminação triangular, e na base seis pontas negras, em pé e quase na vertical, mas num ângulo agudo com o conjunto.
Não tem perfume, só frescura. Porque tal perfeição? A pergunta fica sem sentido. Se pergunta houvesse, seriam outras. É o mistério de Deus. Ele precisou criar tudo com beleza e perfeição. E é o que somos também, beleza e perfeição. O milagre da vida. Mas tudo explica o tudo. Aspirar uma tulipa é quase um perfume, é uma sensação de suave aroma, e mais forte é o frescor, perturbador e que prevalece.

E a azeitona, que tem a ver com estas considerações? É outro encanto para mim. Além de gostoso sabor, ela tem um divino perfume e nasce de uma oliveira. Que nunca vi, mas que me lembra o Horto das Oliveiras onde São João estava e testemunhou a Transfiguração de Jesus, que pensava estar sozinho em contato com o Pai.

Todas essas coisas maravilhosas maravilham a gente, provocam sonhos e vida.
A tulipa e a azeitona são dois sonhos de mãos dadas dentro do meu coração. E me trazem Deus.