Loucura
Foucault já dizia que a loucura exerce atração sobre quase todos. O que é trágico, geralmente, desperta a curiosidade e são raras as pessoas que fogem a esse comportamento. Quanto à loucura, as poucas pessoas que se distanciam,que não parecem ser tocadas, tentando ignorá-la é, comumente, por temor de serem atingidas por ela. É um tema que é carregado de preconceitos e estigmas.
Quantas vezes ouvimos depoimentos de pessoas que tem alguém em sua família que difere do comportamento tido como “normal” e omite, sente vergonha, têm medo, de que o outro discrimine, ou as caracterizem como a(o) parente, irmão, pai etc, de um que é “lelé da cuca”, “não bate bem da bola”,”pirado”, “maluco”, “doidão”, “louco furioso”,"perdeu a cabeça" e outros . São referências a doentes mentais ou por não se enquadrarem às regras convencionais.
Contou-me uma amiga que levou seu filho pequeno, para fazer uma visita a uma família e avisou ao garotinho: ”Se não se comportar bem, mando o maluco que tem lá lhe pegar!”.Lá chegando, ele foi logo perguntando:”Mamãe, onde está o doido que vai me pegar se eu não me comportar bem?” Ela passou a maior vergonha de sua vida,falou. As famílias escondiam o doente mental,por temer a estigmatização. As pessoas perseguiam e ainda perseguem à perfeição física e mental, como se esquecessem que a normalidade é criação do homem e que a imperfeição é normal, em se tratando do ser humano.
Hoje com campanhas educativas, parece que o cenário é um pouco mais tolerante com a loucura, embora ainda esteja longe das pessoas lidarem melhor com o que ocorre.
Faz pouco tempo que um senhor jovem, bem cuidado fisicamente, deixou os caminhantes do bairro Ponta Verde, em Maceió, chocados. Apareceu correndo nu e, a princípio, uma amiga achou que era um calção cor da pele, outra disse-me que só havia visto o marido pelado, agora tinha visto outro homem; já outra falou: ”Melhor correr nu do que resolver pular do andar do prédio.” A polícia foi avisada e tentou seguir o homem, para ver se ele indicava o prédio onde morava. Coitado,pobre infeliz!Havia perdido o juízo,a "cabeça"; surtado. Loucas pobres, quase peladas, ou peladas, já cansei de ver no calçadão da Ponta Verde; as pessoas temem, porque em surto podem causar acidente, pois jogam pedras nos carros e podem jogar nos caminhantes, por exemplo. É sempre triste quando a gente se depara com estes quadros.
No fundo mesmo, as pessoas temem um dia perder a consciência e ficar à mercê dos outros. Todos correm esse risco, principalmente com o avançar da idade, quando o Alzheimer, antigamente chamado de “caduquice”, pode chegar de mansinho e vai causando dano às funções mentais. Como dizem que exercícios físicos e atividades mentais são formas de colocar este mal à distância, a saída é buscar estes caminhos.
São recursos sempre disponíveis;é só começar a praticá-los, enquanto é tempo.
Foucault já dizia que a loucura exerce atração sobre quase todos. O que é trágico, geralmente, desperta a curiosidade e são raras as pessoas que fogem a esse comportamento. Quanto à loucura, as poucas pessoas que se distanciam,que não parecem ser tocadas, tentando ignorá-la é, comumente, por temor de serem atingidas por ela. É um tema que é carregado de preconceitos e estigmas.
Quantas vezes ouvimos depoimentos de pessoas que tem alguém em sua família que difere do comportamento tido como “normal” e omite, sente vergonha, têm medo, de que o outro discrimine, ou as caracterizem como a(o) parente, irmão, pai etc, de um que é “lelé da cuca”, “não bate bem da bola”,”pirado”, “maluco”, “doidão”, “louco furioso”,"perdeu a cabeça" e outros . São referências a doentes mentais ou por não se enquadrarem às regras convencionais.
Contou-me uma amiga que levou seu filho pequeno, para fazer uma visita a uma família e avisou ao garotinho: ”Se não se comportar bem, mando o maluco que tem lá lhe pegar!”.Lá chegando, ele foi logo perguntando:”Mamãe, onde está o doido que vai me pegar se eu não me comportar bem?” Ela passou a maior vergonha de sua vida,falou. As famílias escondiam o doente mental,por temer a estigmatização. As pessoas perseguiam e ainda perseguem à perfeição física e mental, como se esquecessem que a normalidade é criação do homem e que a imperfeição é normal, em se tratando do ser humano.
Hoje com campanhas educativas, parece que o cenário é um pouco mais tolerante com a loucura, embora ainda esteja longe das pessoas lidarem melhor com o que ocorre.
Faz pouco tempo que um senhor jovem, bem cuidado fisicamente, deixou os caminhantes do bairro Ponta Verde, em Maceió, chocados. Apareceu correndo nu e, a princípio, uma amiga achou que era um calção cor da pele, outra disse-me que só havia visto o marido pelado, agora tinha visto outro homem; já outra falou: ”Melhor correr nu do que resolver pular do andar do prédio.” A polícia foi avisada e tentou seguir o homem, para ver se ele indicava o prédio onde morava. Coitado,pobre infeliz!Havia perdido o juízo,a "cabeça"; surtado. Loucas pobres, quase peladas, ou peladas, já cansei de ver no calçadão da Ponta Verde; as pessoas temem, porque em surto podem causar acidente, pois jogam pedras nos carros e podem jogar nos caminhantes, por exemplo. É sempre triste quando a gente se depara com estes quadros.
No fundo mesmo, as pessoas temem um dia perder a consciência e ficar à mercê dos outros. Todos correm esse risco, principalmente com o avançar da idade, quando o Alzheimer, antigamente chamado de “caduquice”, pode chegar de mansinho e vai causando dano às funções mentais. Como dizem que exercícios físicos e atividades mentais são formas de colocar este mal à distância, a saída é buscar estes caminhos.
São recursos sempre disponíveis;é só começar a praticá-los, enquanto é tempo.