Solidão de todos nós
 
            Não é meu costume escrever páginas negras. Prefiro calar.
            Mas um fato parece-me verdadeiro: a solidão atinge o homem, mesmo o que vive cercado de amor e carinho. A vida partilhada com a família e amigos não é apenas saudável, é necessária.
            Enganam-se os que pensam ser a solidão um mal humano. Se a pessoa manifesta sempre este tipo de comportamento, o fato pode ser doentio, mostrando uma depressão. Caso manifeste-se em momentos de reflexão, nada tem de anormal ou doentio. Afinal, somos seres pensantes e dentre os problemas da vida humana, a solidão é uma constante existencial.
            O Universo é grande e incompreensível. Olhamos para dentro de nós mesmos. A grandeza é igual, e a compreensão, pequena. Quis a ciência médica, a análise dos fatos internos, colocar o homem diante da sua realidade.
            Não discuto o fato, mas acredito que estamos longe, muito distantes de compreender nossas vidas. Surge uma luz aqui, outra alcançando questão mais distante.
            E daí? Continuo acreditando que a Vida é um grande mistério, e é exatamente isto que a torna tão maravilhosa. Um otimista iludido, alguns dirão. Até pode ser a maior verdade, mas no meu íntimo, acredito que é uma equação matemática. O homem vive se procurando, indagando-se.
            Tudo isto é ótimo, vamos descobrindo nossas verdades, enquanto vivos.
            Depois, ninguém sabe. 

imagem: Velho Triste/ Van Gohg 
Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 21/07/2011
Reeditado em 21/07/2011
Código do texto: T3108967
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