A CLANDESTINIDADE.

A mais sórdida condição de vida é a clandestinidade.Não faz mal a ninguém, já fez imenso mal ao clandestino e ao seu meio de vida. Por ela vive-se no porão da vida, sombrio, excomungado de possibilidades de reconhecimento se algo de bom pode-se criar ou considerar. Sua pena é viver insulado. São dignos de pena, de comiseração os clandestinos, há os que trazem morte e terror, e trazem o mal para terceiros, e os infantis, que disseminam infantilidades, como nos sites.

Mas os clandestinos, além de não terem nome, quando usam algum sinal, valem-se de pseudônimos sem nenhum significado e, evidentemente, quem está impulsionado pela clandestinidade, nada pode criar que valha como ponderável e aproveitável, quando muito trazem comicidade nas suas limitações que pode se compreender.

São o sabor azedo de suas vidas féleas que propagam, isoladas, bloqueadas de qualquer acesso. Vivem no medo, por medo e pelo medo, a covardia é a bandeira hasteada. Não conhecem suas origens, esse o grande problema, ao menos é isso que passam, ou têm medo e delas se envergonham. Qualquer aproximação social é repelida por total falta de condições de convívio. São primevos, nada assimilam ou entendem.

Levam o séquito de suas nulidades que a vida delegou aos seus limitadíssimos enfoques,assentados em poucos neurônios, paranóicos, incapazes de entenderem o curial, o corriqueiro. Têm almas fechadas, sem luz, são botos.

Se arrastam nas vielas da vida dando à publicidade testamentos de suas frustrações e complexos, confessadamente de forma tácita, por não terem nome, o que o observador arguto pinça de seus sinais expostos. Colhem confrontos que levam ao isolamento e, finalmente, à condição de eremita.

Não têm perfil para viverem em sociedade. Não suportam a possível retórica a que sucumbiriam ou a discussão de dogmas que não conhecem. O debate normal e acadêmico os assusta.

Se conseguem dar um passo em frente saindo do insucesso total para misérias mostram essas “qualidades” do inferno em que vivem, “intra muros”, como a frequentar todas as “bolgias” de Dante Alighieri em seu “Inferno”.

Se alcançam algumas migalhas materiais viram pavões do nada, e embora habitem lugares insalúbres e viciados, fazem ufanismo do que não têm. Imagina se tivessem acesso a bens e confortos...

Nos servem como parâmetro do não-ser. Nada pior do que não ter nome, não ter identidade, o que leva a não conhecer suas origens, o que o destino negou, e por isso, não conhecer de onde veio e quem o trouxe. Por isso espalham seus complexos.

Mas existe compreensão alargada para todos, inteligência alargada, aumentada, pelos que compreendem essas dificuldades do próximo de viver sem origem e nome, mas é necessário que saiam de seus porões onde desconhecem suas origens, para poderem obter ajuda.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 21/07/2011
Reeditado em 25/07/2011
Código do texto: T3108880
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