Poesia sem metáfora
A poesia morre a cada dia.
Quisera poetizar crianças em festa, saboreando balas de mel
e não balas perdidas.
Sentir em cada mesa o cheiro de farta comida.
Encontrar pessoas alfabetizadas, empregadas, conscientes e politizadas.
Que os diplomas de analfabetos fossem incinerados. Saudar pessoas sem ganância e de caráter ilibado.
Contemplar almas nobres e abolir discursos demagógicos.
Nunca mais ter que ouvir: “Aqueles que se encontram abaixo da linha da pobreza, ou seja, que vivem em condição subumana, os miseráveis.”
Porque não seriam miseráveis se tivessem pessoas sensíveis, tomando providência para mudar.
Nesse imenso emaranhado humano cada um de nós é uma estrela, formando uma constelação, que representa a nossa sociedade.
Somos almas em desfile, sabendo que aqui na Terra nada é eterno, só nossos atos são julgados no contexto de ação e reação.
Tudo parece utopia, não é? Mas, não custa nada lembrar.
Pois é, continue teimando e ludibriando seu semelhante.
Você irá se perder no próprio caminho de sua esperteza.
Como prêmio terá a desilusão e a solidão...