FOFOQUEIRAS, NÓS MULHERES? SEI NÃO!
"Viste a atitude da Márcia ontem, na festa?", "Sabes aquela filha da vizinha que parecia uma santinha?", "E o rapaz do 302, então, sempre com uma mulher diferente!".
A fofoca é definida pelo Novo Dicionário Aurélio como mexerico, intriga e bisbilhotice. Fofocas e fofoqueiros não nasceram hoje. Falar sobre a vida alheia vem do tempo das cavernas, quando os homens pré-históricos procuravam saber das fraquezas e dos medos dos outros homens. Talvez como forma de se defender. Não havendo escrita, isso era feito oralmente. E a prática pegou! A fofoca e a História passaram a andar de braços dados. Com o tempo, a fofoca passou a ser relatada. Os egiptólogos descobriram um documento, provavelmente do ano 1300 a.C., com imagens em que o autor contava os amores proibidos da corte do faraó. Era comum, na Antiguidade, utilizar a fofoca como arma contra inimigos. Alguns registros dizem que o imperador romano Julio César pagava pessoas para dizerem que determinado senador era conspirador. Assim eliminava seu desafeto, uma vez que a pena para conspiração era a morte. Segundo o historiador Bernard Capp, a rainha inglesa Elizabeth I foi vítima de muitas fofocas: Ela tem um caso? Está grávida?
A fofoca, com o passar do tempo, vinculou-se à figura da mulher. Não sei porque. Será porque as mulheres são mais falantes que os homens? Será? Pode ser um hábito feminino, mas vejam o que eu descobri: estatisticamente os homens são mais fofoqueiros. A Social Issues Research Centre, um centro de pesquisas de Londres, entrevistou mil donos de telefones celulares para saber qual era o conteúdo das conversas. Destes, 33% dos homens eram fofoqueiros habituais, contra apenas 26% das mulheres.
Fofoqueiras, nós mulheres? Sei não!