As galinhas e os casais
Em seu livro “Crônicas para jovens, de amor e de amizade”, Clarice Lispector escreve que falta ao galo, com seu harém, um amor verdadeiro. Fico pensando nos novos costumes em que os jovens costumam “ficar”, em vez de namorar. Uma neta de uma amiga, chegou de uma festa e comentou com a avó que tinha beijado oito garotos. Uma outra amiga escutando, falou para a avó: ”Enquanto for beijos...”. Questiono: Qual a necessidade de beijar muitos? Sentir-se desejada? Qual a carência desta garota? Qual o prazer em sentir o gosto de beijos variados, quando acredito que só por poucos ela se sente atraída? Se ela gostou de um, qual a imagem que este fará dela? Será quer seu registro gustativo estará ligado ao que ela afetivamente poderá se envolver? Ou não estará preocupada com isso, querendo apenas se divertir? É assim mesmo, ou ando por fora do que acontece nas festinhas e nos encontros dançantes? Sei que bebidas e até drogas correm à solta, coisa inimaginável no meu tempo. As festinhas, chamadas de “assalto” eram movidas por “leite de onça”, feita à base de leite condensado e uma bebida alcoólica; “pegava” sem a garotada se dar conta, mas não existia o “ficar”. Havia jovens que não se fixava em ninguém e, por isso, era chamado de “galinha”, ciscava, ciscava e ninguém fixo, tal como o galo faz, saindo pelo terreiro colecionando para o seu “harém.” Triste destino de ambos,rapaz ou moça, sem o “amor verdadeiro” que fala Clarice.
Conversando com uma jovem de seus vinte e cinco anos, ela diz: “Todo mundo da minha idade está vivendo mais ou menos. Vejo casais no calçadão da praia, em restaurantes, que não trocam conversas. Parecem que estão ali por obrigação, ás vezes porque têm filhos pequenos. Estão vivendo mais ou menos.” Observo, também, casais que aparecem em público e estão “mudos”. Nem falo que vivem mais ou menos; estão mais para menos. As razões são diversas para se manterem juntos. Mas a que preço? Será que imita a personagem da peça, no caso da mulher, ”Não sou feliz, mas tenho marido.” Triste sina! Parece com o destino das galinhas que não tem escolha.
Volto ao texto sobre as galinhas, que conta a história de uma garotinha que possuía duas. Uma morreu naturalmente e a outra foi morta para ser degustada, menos por sua mãe que não gostava de galinha, causando um profundo desgosto na menina. Sua mãe conta-lhe uma história que a convence: ”Quando um bicho amado é comido por nós, ele fica dentro da gente. Já um pouco maior, a garota ganha outra galinha e esta teve o destino de todas que é ser comida. Foi preparada ao molho pardo e comeu-a com avidez, seu corpo e seu sangue, lembrando das palavras de sua mãe. Entendeu porque as galinhas não se apegam a ninguém e não querem saber de amar os seus donos, porque parecem conhecer seus destinos. A menina, já conhecendo a dor do amor, não quis mais saber de grande apego.Tinha um amor mais realista e menos romântico.
As pessoas, tal qual a menina, às vezes se previnem, evitando uma doação total, até porque viver mais ou menos não deve ser uma meta;a opção deverá ser ou mais ou menos. Ao se envolver, ao ter um (a) parceiro(a), não se conformar com o destino das “galinhas”, mas optar por um vida a dois com base em compreensão, tolerância, superando obstáculos, fortalecendo os vínculos, sem obrigações desgastantes, investindo em amor verdadeiro e não ciscar como o “galo” que se sente o dono do terreiro, mas deve ser um infeliz, porque não para, não se fixa em alguma para fazer as descobertas dos mistérios do amor.
Em seu livro “Crônicas para jovens, de amor e de amizade”, Clarice Lispector escreve que falta ao galo, com seu harém, um amor verdadeiro. Fico pensando nos novos costumes em que os jovens costumam “ficar”, em vez de namorar. Uma neta de uma amiga, chegou de uma festa e comentou com a avó que tinha beijado oito garotos. Uma outra amiga escutando, falou para a avó: ”Enquanto for beijos...”. Questiono: Qual a necessidade de beijar muitos? Sentir-se desejada? Qual a carência desta garota? Qual o prazer em sentir o gosto de beijos variados, quando acredito que só por poucos ela se sente atraída? Se ela gostou de um, qual a imagem que este fará dela? Será quer seu registro gustativo estará ligado ao que ela afetivamente poderá se envolver? Ou não estará preocupada com isso, querendo apenas se divertir? É assim mesmo, ou ando por fora do que acontece nas festinhas e nos encontros dançantes? Sei que bebidas e até drogas correm à solta, coisa inimaginável no meu tempo. As festinhas, chamadas de “assalto” eram movidas por “leite de onça”, feita à base de leite condensado e uma bebida alcoólica; “pegava” sem a garotada se dar conta, mas não existia o “ficar”. Havia jovens que não se fixava em ninguém e, por isso, era chamado de “galinha”, ciscava, ciscava e ninguém fixo, tal como o galo faz, saindo pelo terreiro colecionando para o seu “harém.” Triste destino de ambos,rapaz ou moça, sem o “amor verdadeiro” que fala Clarice.
Conversando com uma jovem de seus vinte e cinco anos, ela diz: “Todo mundo da minha idade está vivendo mais ou menos. Vejo casais no calçadão da praia, em restaurantes, que não trocam conversas. Parecem que estão ali por obrigação, ás vezes porque têm filhos pequenos. Estão vivendo mais ou menos.” Observo, também, casais que aparecem em público e estão “mudos”. Nem falo que vivem mais ou menos; estão mais para menos. As razões são diversas para se manterem juntos. Mas a que preço? Será que imita a personagem da peça, no caso da mulher, ”Não sou feliz, mas tenho marido.” Triste sina! Parece com o destino das galinhas que não tem escolha.
Volto ao texto sobre as galinhas, que conta a história de uma garotinha que possuía duas. Uma morreu naturalmente e a outra foi morta para ser degustada, menos por sua mãe que não gostava de galinha, causando um profundo desgosto na menina. Sua mãe conta-lhe uma história que a convence: ”Quando um bicho amado é comido por nós, ele fica dentro da gente. Já um pouco maior, a garota ganha outra galinha e esta teve o destino de todas que é ser comida. Foi preparada ao molho pardo e comeu-a com avidez, seu corpo e seu sangue, lembrando das palavras de sua mãe. Entendeu porque as galinhas não se apegam a ninguém e não querem saber de amar os seus donos, porque parecem conhecer seus destinos. A menina, já conhecendo a dor do amor, não quis mais saber de grande apego.Tinha um amor mais realista e menos romântico.
As pessoas, tal qual a menina, às vezes se previnem, evitando uma doação total, até porque viver mais ou menos não deve ser uma meta;a opção deverá ser ou mais ou menos. Ao se envolver, ao ter um (a) parceiro(a), não se conformar com o destino das “galinhas”, mas optar por um vida a dois com base em compreensão, tolerância, superando obstáculos, fortalecendo os vínculos, sem obrigações desgastantes, investindo em amor verdadeiro e não ciscar como o “galo” que se sente o dono do terreiro, mas deve ser um infeliz, porque não para, não se fixa em alguma para fazer as descobertas dos mistérios do amor.