Esperta mitinga(*)
Jorge Luiz da Silva Alves






     Pé-ante-pé, um de cada vez, olhar baço e bovino numa turva ótica sobre este incompreensível mundo de loucas mudanças; ela, sempre na conta de mitinga-maluca, foca e analisa tudo à volta dum modo que melhor lhe apraz. Nesta singular observância é que consegue pluralizar seus apartes para a sociedade, num tosco porém eficiente veredito de vida.


     Devagar e sempre. Lenta, gradual e segura em suas (aparentemente) mentecaptas decisões, avança feito laboriosa formiga pelo terreno de canoras e (aparentemente) sábias cigarras. Ouve-lhes a cantata primaveril, sempre – mas não abre mão de suas folhas, armazenadas sob a invernal surdez das prudências...


     ...toscas, porém eficientes. Sempre.  


  (*)Mitinga, em algumas regiões do interior do estado do Rio de Janeiro, é o nome daquele enjoado mosquitinho de bananeira, insistente sob a fruteira nas mesas e difícil de eliminar. Na foto, nossa querida mitinga-morena Aize, com a Germaninha( de amarelo) e o Pitboy de outros textos publicados.

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Jorge Luiz da Silva Alves
Enviado por Jorge Luiz da Silva Alves em 18/07/2011
Reeditado em 18/07/2011
Código do texto: T3102971
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