Computador e progresso interiorano
A primeira vista a ideia de um computador conectado sugeria o fim da ausência de desenvolvimento na vida interioriana. A ideia era: poderíamos ter contatos e realizações utilizando a máquina cibernética. Comecei minha análise partindo desse ponto. Os interiores urbanos dos ambientes rurais possuem comportamentos instituídos. O discurso de sociedade competitiva é inválido no interior porque todo mundo conhece superficialmente a identidade do outro. Superficialidade com uma espécie de grande profundidade sobre todos os seus habitantes. A escala de valores é viciada e útil para quem está estabelecido dentro desse ciclo. A grande fatia está condenada à discriminação e vive sem chance. A política é de rodízio mais ou menos especializado que troca de lado de acordo com seus interesses se autoafirmando.
De fato o melhor negócio com computador que existe é o de conserto das máquinas danificadas. Milhares. Esse passou a ser o foco. Os tecnólogos formados são muitos e todos eles sem aptidão para negócio na rede. Posso afirmar que numa cidade com quarenta mil habitantes inexiste sucesso em dinheiro ponto com na rede.
Mas o sonho está vivo em cada usuário. Outro desafio é saber se os convites de “ganhe dinheiro em casa” fazendo isto ou aquilo é honesto. A grande parte pede dinheiro primeiro para avançar uma proposta depois. A velha técnica já era conhecida nos jornalões. A segunda imperiosa dificuldade está ligada à exigência de qualificação em ambientes fechados que prometem formar indivíduos com linguagem tecnológica altamente sofisticada. Sugere que o indivíduo comum ficará longe desse filão por não portar os códigos de linguatgem apropriados ao ambiente da rede. Assim um grupo reduzido alcnçará o domínio desses códigos ficando com a maior parte dos lucros. No interiorzinho urbano surgiram diversas escolas com a pretensa ideia de formar indivíduos capazes de utilizar a máquina. Logo se desfizeram porque o mercado precisa vender mais aparelhos, e se o usuário precisasse de um curso de pilotagem estaria na cara de que a máquina era de complicado emprego. Quase todas as escolinhas quebraram ou fecharam e as lojas aumentaram a venda de computadores e peças de reposição.
Sempre manifestei minha opinião sobre estes temas e logo percebi que pessoa física na rede não vale muito, exceto se fossem comparados a expressão que inventei “animadores virtuais”. Mas ninguém vê assim. Agora se houver irregularidade... O que é bem fácil em bilhões de situações nesse mete o dedo ali, entra e sai de páginas na condição de liberdade dos homens livres, aí começa a política de controle social e vigilância dos indivíduos. Quando a experimentação começa seus dias de ditadura sobre a liberdade da própria experimentação. Não é preciso confessar que certos conteúdos funcionam bem melhor do que outros. O que impulsionou humanente a rede a partir da curiosidade instintiva.
Ganhar a vida com internet e computador é um sonho e quase uma exceção. Excessões de sucesso serão ressaltadas pela televisão para solidificar o mecanismo. Esse é o mérito que não quer calar e a razão de grande empobrecimento nos próximos cem anos de adaptação de um sonho das grandes massas de indivíduos incautos. É o princípio de que todos poderão encontrar um diamante no fundo da experiência com imagens. Esse caminho é desviado para redes sociais como fundamento para encontro físico e combate a suposta solidão generalizada. Dinheiro descansado é um enorme preconceito nacional latino americano. Se a máquina de inteligência é inteligente com alguns toques haveria transferência de renda. Mas isso só tem ocorrido para pessoa física com negócio espúrio. Deviam ganhar medalhas pela inteligência prática e não cadeia devido ao alto nível de complexidade.
Honestamente temos que suar, ralar, calejar as mãos. O trabalho intelectual é detestado pela nossa vã consciência de desenvolvimento prático. Nesse sentido digo que os intelectuais que desfrutam da rede optaram por escamotear os erros grosseiros da tecnologia sobre o indivídio exposto ao seu uso e dispor. Com o passar dos anos a nova Babel repetirá a fórmula de prazer aos ricos e desolação aos pobres. Esta narrativa ilustra bem o que quero dizer na voz de um tecnólogo: colocamos uma antena no barraco que por pouco não suportava o peso dela.
Incompetência? Up load é trabalho?