INTERNET. MEMÓRIA.
“Acho que, ao usar tanto meu computador para navegar na rede, acabei treinando meu cérebro para se distrair, mudar o foco, dividir a atenção rapidamente. Para ler um livro tenho de combater esse novo instinto.”
Nicholas Carr, escritor de não ficção, que constatou que o computador o “estava idiotizando”, palavras suas.
Esse posicionamento encontra outra verdade shakesperiana na
máxima “o hábito é uma segunda natureza”, o que se ratifica na pesquisa recente da psicóloga Betsy Sparrow da Universidade de Columbia, que demonstra com absoluta precisão, e tranquila equação da obviedade, que se você tem a memória do “google” ao seu serviço a qualquer instante, não precisa armazenar conhecimento, imformação, ou seja, massificado fica.
Os livros que sedimentam conhecimento por armazenarem memória fundada, profundada e fundamental, ficam a esperar nas estantes.
Nosso cérebro restou como computador obsoleto. Está se adaptando com velocidade à informática. Com a memória processada por cem milhões de neurônios, preferimos guardar na memória onde estão na rede as informações que precisamos a qualquer momento.
A plasticidade do cérebro mudou, a informação está armazenada em outro local.O cérebro humano fica preguiçoso.
Mas a criatividade que se escora na informação qualificada perde campo…..
É superficial o conhecimento, não se estabelece como arcabouço de valor criativo.
Sabendo que as informações estão ao alcance do teclado, ninguém dessa nova escola pega em livros. O próprio escritor citado se deu conta de que estava refém.
Mudou seus hábitos, cancelou a conta do Twitter e do Facebook.
É o perigo que se instala para os que não estão formados, e mesmo para os que estão já na maturidade intelectual.
É uma das problemáticas da máquina que movimenta o mundo, traz grandes saltos de melhora para profissionais, mas mazelas de toda sorte,sem freios, o que desmerece a poderosa ferramenta, lamentavelmente.