Nervosismo
Acabo de receber uma boa notícia. Coração bate mais forte – mais forte de verdade, como se quisesse sair do meu corpo, aproveito a oportunidade pra agradecer as minhas veias e demais tecidos relacionados com a manutenção do meu coração no seu devido lugar, por impedirem que ele saia de lá – minhas pernas tremem, como se estivessem ligadas a uma corrente elétrica de 220 volts. Sento e levanto rapidamente em pequenos intervalos de tempo. Sinto minha face aquecer-se e aquele vapor sobe como um mormaço, entra pelo meu nariz e por pouco quase me sufoca, respiro fundo. Respirar fundo nunca pareceu ser tarefa tão difícil, mas agora era.
Nunca aprendi a lidar direito com emoções, embora esteja habituada a tê-las. Mas cada uma me aparece como exclusiva e inédita e conseqüentemente me causam diferentes sintomas, e uns mais avassaladores que outros. Meu ser parece não reconhecer naturalidade nos fatos e age como se estivesse chocado com determinados eventos. E lá estou eu: pálida, trêmula, inquieta (isso é patético!) quem vê jura que não era uma boa notícia. E ainda tem as ocasiões em que choro, a função do choro nesse caso é relativa: às vezes acalma, às vezes só aumenta a tensão.
E até a ficha cair, até o sujeito acreditar que aquilo ta acontecendo de fato, fica procurando explicações desesperadamente e não consegue encontrá-las, ainda imagina a possibilidade de não passar de uma mentira, pegadinha sei lá... E quando as evidencias que confirmam o fato vão surgindo você dá risada de si mesmo, e aos poucos vai passando toda aquela euforia, aproveitar a oportunidade mais uma vez e agradecer ao gênio que descobriu que a solução de água e açúcar (a famosa garapa) funciona como calmante/relaxante seja lá como for... É super útil nessas horas! Daqui há pouco está tudo bem, e você agora já pode comemorar a boa nova, talvez tenha esperado tanto por isso. O ser humano tem dessas coisas...