DAS LIÇÕES DA VIDA
Das lições que eu recebi durante esses longos anos de vida, muitas ainda me são úteis e, algumas delas, eu faço questão de seguir à risca. Acredito que aprendemos, na maioria das vezes, com os nossos pais. Graças a Deus, eu tive a sorte de receber, dos meus genitores, a educação necessária para me situar diante das coisas do mundo - as boas e as ruins – e, saber, com isso, como me proteger das que são maléficas em minha caminhada.
Dos mais velhos, recebemos lições infindas. Eles são fontes inesgotáveis, às quais podemos recorrer, se quisermos aprender como devemos nos portar na vida. Deles, eu trago a filosofia das histórias contadas para cada pergunta feita, como se fossem parábolas – mais ou menos –, que, meninos como eu, ouviam e tentavam compreender o verdadeiro significado das palavras. Lembro-me como se fosse hoje: alpendre baixo da casinha de taipa, tamboretes para sentarmo-nos e a presença daqueles senhores talhados pelo sol causticante que se sentavam à sombra da tarde, pegavam seus pequenos rolos de fumo de Arapiraca e, solenemente, iam desfiando-os e colocando-os em palhas de milho. A pergunta, quando feita por nós, levava um certo tempo para ser respondida. Era o tempo necessário para que os olhares de assombro, admiração e curiosidade disputassem com a história a ser colocada no ponto e adaptada para o ensejo daquela tarde. Nunca ficávamos sem nenhuma história para alguma pergunta. E o melhor de tudo era que aprendíamos. E como aprendíamos!
Outra fonte de ensinamento era a observação. Esta, quando bem feita, nos levava a evitar sérios problemas, principalmente, no trecho do percurso onde éramos mais frágeis: a adolescência. Ainda hoje, ponho em prática esta fonte. Devemos sempre observar as coisas a nossa volta e separar, com isso, o joio do trigo. Isso serve para as amizades e, especialmente, para as companhias ocasionais.
Também não poderia deixar de lembrar-me das lições recebidas no meu período de jovem Cabo do Exército. Época da Ditadura Militar, onde a minha mãe se chamava “Mãe Pátria” e não o nome da mulher que me gerou. Mesmo assim, foram tempos nos quais eu pude aprender que ter disciplina era saber cumprir com horários e que o horário fazia parte do meu dia a dia, independente de eu querer ou não; que para tudo existem regras e normas e que sempre haverá um superior para poder lhe dizer o que fazer – mesmo que não seja de todo bom para a sua vida pessoal, mas que, com toda certeza, será bom para o funcionamento de qualquer instituição onde haja um número elevado de pessoas nela. É o que chamamos de viver em sociedade.
Da mesma forma, saber se comportar perante os superiores, mesmo discordando de algumas atitudes tomadas por eles, nos faz perceber que existe tempo para tudo. E que o tempo do qual precisamos para sermos insubordinados, normalmente, aparece quando menos esperamos, mas, assim que ele aparece, é o momento certo de colocarmos as nossas reivindicações, porém com a força e a certeza de estarmos certos naquilo que pleiteamos. Desta forma, saber que nem sempre ser bom é sinônimo de ser o melhor – para si ou para um grupo –, e que nem sempre ser o pior é, da mesma forma, aquele que não terá um futuro exitoso pela frente ou aquele que será o excluído – tanto pelos superiores quanto pelos companheiros de farda, só se aprende quando se observa, tem disciplina e consegue se comportar.
Assim, saber estar em equilíbrio, não deixando que um lado da balança seja o responsável pela totalidade de suas ações, é importante e se faz necessário e é a melhor maneira de driblar as dificuldades que, em qualquer período, se apresentem para todos nós.
Outrossim, das lições aprendidas na caserna, a que eu cultivo, sistematicamente, em todos os dias da minha vida, chama-se organização. Aprendi que, para se ter um mínimo de bom desempenho pessoal e profissional, é essencial cuidar de suas metas e saber planejar seus passos, especialmente, com objetivos bem definidos. Aparentemente, isso pode figurar uma tarefa fácil, simples de ser cumprida. Mas não é. É preciso treino, preparo, rotina e disciplina para se chegar a um desempenho satisfatório com relação a tudo que o cerca, pois ser organizado não é apenas fazer hoje, mas ter em mente que é preciso fazer e refazer continuamente.
Mas, tem outras fontes através das quais só aprendemos na prática. Infelizmente, por isso mesmo, algumas vezes, elas se tornam doloridas e, em outras vezes, machucam de verdade. Para essas lições não bastam apenas conselhos. É preciso muito mais que isso. É preciso vivenciá-las, aprender com os erros e dar tempo ao tempo para curar suas feridas. Assim, é preciso paciência para discernir e até avaliar a extensão do bem ou do mal que nos causam. Esta fonte de lição está, basicamente, relacionada com o sentimento. E, para ela, conselhos não adiantam, mesmo que sejam de quem já passou pelos palcos da paixão.
Por fim, se compreendermos que a vida é feita de desafios, e que esses desafios, que nos são apresentados, a todos os instantes, já foram antes enfrentados por quem nos precedeu, vamos finalmente dar valor às lições de cada pessoa que nos cerca e nos ama. Deste modo, as experiências vividas, só terão o intuito de nos ajudar a enxergar, com mais nitidez, as pedras e os espinhos espalhados ao longo de cada percurso trilhado por nós, amenizando, com isso, calos, bolhas e feridas, no final desta estrada.
Obs. Imagem da internet
Das lições que eu recebi durante esses longos anos de vida, muitas ainda me são úteis e, algumas delas, eu faço questão de seguir à risca. Acredito que aprendemos, na maioria das vezes, com os nossos pais. Graças a Deus, eu tive a sorte de receber, dos meus genitores, a educação necessária para me situar diante das coisas do mundo - as boas e as ruins – e, saber, com isso, como me proteger das que são maléficas em minha caminhada.
Dos mais velhos, recebemos lições infindas. Eles são fontes inesgotáveis, às quais podemos recorrer, se quisermos aprender como devemos nos portar na vida. Deles, eu trago a filosofia das histórias contadas para cada pergunta feita, como se fossem parábolas – mais ou menos –, que, meninos como eu, ouviam e tentavam compreender o verdadeiro significado das palavras. Lembro-me como se fosse hoje: alpendre baixo da casinha de taipa, tamboretes para sentarmo-nos e a presença daqueles senhores talhados pelo sol causticante que se sentavam à sombra da tarde, pegavam seus pequenos rolos de fumo de Arapiraca e, solenemente, iam desfiando-os e colocando-os em palhas de milho. A pergunta, quando feita por nós, levava um certo tempo para ser respondida. Era o tempo necessário para que os olhares de assombro, admiração e curiosidade disputassem com a história a ser colocada no ponto e adaptada para o ensejo daquela tarde. Nunca ficávamos sem nenhuma história para alguma pergunta. E o melhor de tudo era que aprendíamos. E como aprendíamos!
Outra fonte de ensinamento era a observação. Esta, quando bem feita, nos levava a evitar sérios problemas, principalmente, no trecho do percurso onde éramos mais frágeis: a adolescência. Ainda hoje, ponho em prática esta fonte. Devemos sempre observar as coisas a nossa volta e separar, com isso, o joio do trigo. Isso serve para as amizades e, especialmente, para as companhias ocasionais.
Também não poderia deixar de lembrar-me das lições recebidas no meu período de jovem Cabo do Exército. Época da Ditadura Militar, onde a minha mãe se chamava “Mãe Pátria” e não o nome da mulher que me gerou. Mesmo assim, foram tempos nos quais eu pude aprender que ter disciplina era saber cumprir com horários e que o horário fazia parte do meu dia a dia, independente de eu querer ou não; que para tudo existem regras e normas e que sempre haverá um superior para poder lhe dizer o que fazer – mesmo que não seja de todo bom para a sua vida pessoal, mas que, com toda certeza, será bom para o funcionamento de qualquer instituição onde haja um número elevado de pessoas nela. É o que chamamos de viver em sociedade.
Da mesma forma, saber se comportar perante os superiores, mesmo discordando de algumas atitudes tomadas por eles, nos faz perceber que existe tempo para tudo. E que o tempo do qual precisamos para sermos insubordinados, normalmente, aparece quando menos esperamos, mas, assim que ele aparece, é o momento certo de colocarmos as nossas reivindicações, porém com a força e a certeza de estarmos certos naquilo que pleiteamos. Desta forma, saber que nem sempre ser bom é sinônimo de ser o melhor – para si ou para um grupo –, e que nem sempre ser o pior é, da mesma forma, aquele que não terá um futuro exitoso pela frente ou aquele que será o excluído – tanto pelos superiores quanto pelos companheiros de farda, só se aprende quando se observa, tem disciplina e consegue se comportar.
Assim, saber estar em equilíbrio, não deixando que um lado da balança seja o responsável pela totalidade de suas ações, é importante e se faz necessário e é a melhor maneira de driblar as dificuldades que, em qualquer período, se apresentem para todos nós.
Outrossim, das lições aprendidas na caserna, a que eu cultivo, sistematicamente, em todos os dias da minha vida, chama-se organização. Aprendi que, para se ter um mínimo de bom desempenho pessoal e profissional, é essencial cuidar de suas metas e saber planejar seus passos, especialmente, com objetivos bem definidos. Aparentemente, isso pode figurar uma tarefa fácil, simples de ser cumprida. Mas não é. É preciso treino, preparo, rotina e disciplina para se chegar a um desempenho satisfatório com relação a tudo que o cerca, pois ser organizado não é apenas fazer hoje, mas ter em mente que é preciso fazer e refazer continuamente.
Mas, tem outras fontes através das quais só aprendemos na prática. Infelizmente, por isso mesmo, algumas vezes, elas se tornam doloridas e, em outras vezes, machucam de verdade. Para essas lições não bastam apenas conselhos. É preciso muito mais que isso. É preciso vivenciá-las, aprender com os erros e dar tempo ao tempo para curar suas feridas. Assim, é preciso paciência para discernir e até avaliar a extensão do bem ou do mal que nos causam. Esta fonte de lição está, basicamente, relacionada com o sentimento. E, para ela, conselhos não adiantam, mesmo que sejam de quem já passou pelos palcos da paixão.
Por fim, se compreendermos que a vida é feita de desafios, e que esses desafios, que nos são apresentados, a todos os instantes, já foram antes enfrentados por quem nos precedeu, vamos finalmente dar valor às lições de cada pessoa que nos cerca e nos ama. Deste modo, as experiências vividas, só terão o intuito de nos ajudar a enxergar, com mais nitidez, as pedras e os espinhos espalhados ao longo de cada percurso trilhado por nós, amenizando, com isso, calos, bolhas e feridas, no final desta estrada.
Obs. Imagem da internet