RELÓGIO DE REPETIÇÃO
O “quase todo mundo” é usado de uma forma arguta para não generalizar e cometer inevitáveis injustiças e até ofensas. Não estamos todos, ainda, transformados em fantoches, em reprodutores do pronto, sem colocar o pensamento para funcionar de forma autônoma.. Sobre essa mania de generalizações, leia uma crônica genial da Martha Medeiros, ATRAÇÃO PELO APOCALIPSE
(http://sergyovitro.blogspot.com/2010/10/martha-medeiros-atracao-pelo-apocalipse.html)
Minha mãe dizia sempre que parecíamos relógio de repetição quando a gente ia se justificar perante ela diante de uma reprimenda ou de um questionamento e usava um argumento emprestado ou de esperteza e não um próprio. Dava para ter a noção de que era alguém que não tinha idéias ou opiniões próprias, ficava repetindo tudo o que via e ouvia, sem a saudável crítica interna, analisando origem, destino, intenção da mensagem para só depois formular a sua. O relógio de ponteiro não faz outra coisa senão deixar seus marcadores subir e descer, eles não mudam. A gente é que tem de diferenciar o tempo. Já viu algo parecido por aí?