ODE AO MEU FILHO
Um novo companheiro de Letras acaba de ingressar no nosso querido Recanto!
Sua crônica primeira "A Insustentável Leveza", surpreende pelo ritmo e, ao final, pelo toque "hitchkokiano" totalmente inesperado.
Foi um parto difícil, demorado, tardio, mas natural!
Tardio porque (dizem) uma pérola não pode deixar de ser usada, mostrada, pois acabará por perder sua opalina beleza, da mesma forma que mulher bonita existe para ser admirada, cobiçada e amada.
Na verdade, devo confessar que esse moço que se assina Paulo Rego filho eu conheço há muitos e muitos anos. Acompanhei de perto todas as fases de sua vida e lembro, com razoável precisão, cada uma delas.
Na primeira fase - a das fraldas - posso dizer que fez as delícias da vó Elisa e da mãe Sonia, de saudosa lembrança.
Quantas lágrimas derramaram por sua causa, sem que nenhuma culpa lhe coubesse...apenas por existir.
Foram lágrimas de alegria intensa, de plena felicidade; risos à cada travessura, encantamento às primeiras sílabas balbuciadas, toda a graça do mundo ao ouvir a ansiada "mamã".
Foram também noites de preocupadas vigílias à simples ameaça de uma gripe ou por rebeldia dos seus intestinos e quanta satisfação (e mais lágrimas) por sua recuperação.
Na fase da primeira escolaridade, mostrou ser aluno atento e dedicado, porém foi infectado pelo virus "tenho que ser o primeiro"
(e, diabos, ele conseguiu mesmo!) e levou montes de galardões para casa.
Felizmente, após generosas doses de "bom-senso" que tem poderoso efeito sobre essas afecções. deixou para trás a neurose do CDF e seguiu seu rumo.
Na fase universitária, já pilotando o Chevete emprestado por seu pai (bom homem) foi para o Fundão, onde completou seus estudos. Nessa fase de importância vital, mas também carregada de tentações, conseguiu passar intato, ileso e feliz, superando a terrível ameaça que hoje, mais do que nunca, está levando considerável parcela da nossa juventude a trilhar o tortuoso e letal caminho da droga, por incúria, descaso, conformismo ou passividade de muitos pais.
Afora um porrezinho aquí, outro alí, graças a Deus nada de mais grave ocorreu e, mesmo essas derrapadas, no cômputo geral, não lhe prejudicaram a média.
Mas, como mãe é mãe, seu retorno à cada noite era aflitivamente aguardado e o sossego só vinha com o ruido da chave na fechadura da casa e sua tranquila voz chegava com "boa-noite, mãe". Por essas e outras, a porta do seu quarto jamais voltou a ser fechada!
Casou-se com Carla (mulher guerreira), com a mesma profissão e absurdamente competente, que leva como marca registrada o fato de ter suas baterias sempre com carga plena...e permanentemente ligadas.
Dois filhos, Cacá e Malí, (esses eu também conheço bem) completam a família, ambos universitários e à beira da formatura com seus horizontes prenunciando bom tempo.
Esse moço, cuja cabeleira começa a ser invadida pelos temíveis fios brancos, que entram sem convite e não saem mais, é Engenheiro-Químico, por profissão; saxofonista emérito, por vocação e vascaino, por compulsão, mostra, agora, mais uma faceta - a de cronista,
Seu velho pai, orgulhoso por sua criação, lhe deseja sucesso. Que o seu trabalho possa levar aos seus leitores alegrias, emoções, comoções, enfim, passar a todos os seus próprios sentimentos.
Se ainda me lembro bem do jeito do seu pai, posso afirmar que ao escrever este arremedo de biografia, sem dúvida estará chorando que nem uma besta quadrada. Valeu, "my son".
Um novo companheiro de Letras acaba de ingressar no nosso querido Recanto!
Sua crônica primeira "A Insustentável Leveza", surpreende pelo ritmo e, ao final, pelo toque "hitchkokiano" totalmente inesperado.
Foi um parto difícil, demorado, tardio, mas natural!
Tardio porque (dizem) uma pérola não pode deixar de ser usada, mostrada, pois acabará por perder sua opalina beleza, da mesma forma que mulher bonita existe para ser admirada, cobiçada e amada.
Na verdade, devo confessar que esse moço que se assina Paulo Rego filho eu conheço há muitos e muitos anos. Acompanhei de perto todas as fases de sua vida e lembro, com razoável precisão, cada uma delas.
Na primeira fase - a das fraldas - posso dizer que fez as delícias da vó Elisa e da mãe Sonia, de saudosa lembrança.
Quantas lágrimas derramaram por sua causa, sem que nenhuma culpa lhe coubesse...apenas por existir.
Foram lágrimas de alegria intensa, de plena felicidade; risos à cada travessura, encantamento às primeiras sílabas balbuciadas, toda a graça do mundo ao ouvir a ansiada "mamã".
Foram também noites de preocupadas vigílias à simples ameaça de uma gripe ou por rebeldia dos seus intestinos e quanta satisfação (e mais lágrimas) por sua recuperação.
Na fase da primeira escolaridade, mostrou ser aluno atento e dedicado, porém foi infectado pelo virus "tenho que ser o primeiro"
(e, diabos, ele conseguiu mesmo!) e levou montes de galardões para casa.
Felizmente, após generosas doses de "bom-senso" que tem poderoso efeito sobre essas afecções. deixou para trás a neurose do CDF e seguiu seu rumo.
Na fase universitária, já pilotando o Chevete emprestado por seu pai (bom homem) foi para o Fundão, onde completou seus estudos. Nessa fase de importância vital, mas também carregada de tentações, conseguiu passar intato, ileso e feliz, superando a terrível ameaça que hoje, mais do que nunca, está levando considerável parcela da nossa juventude a trilhar o tortuoso e letal caminho da droga, por incúria, descaso, conformismo ou passividade de muitos pais.
Afora um porrezinho aquí, outro alí, graças a Deus nada de mais grave ocorreu e, mesmo essas derrapadas, no cômputo geral, não lhe prejudicaram a média.
Mas, como mãe é mãe, seu retorno à cada noite era aflitivamente aguardado e o sossego só vinha com o ruido da chave na fechadura da casa e sua tranquila voz chegava com "boa-noite, mãe". Por essas e outras, a porta do seu quarto jamais voltou a ser fechada!
Casou-se com Carla (mulher guerreira), com a mesma profissão e absurdamente competente, que leva como marca registrada o fato de ter suas baterias sempre com carga plena...e permanentemente ligadas.
Dois filhos, Cacá e Malí, (esses eu também conheço bem) completam a família, ambos universitários e à beira da formatura com seus horizontes prenunciando bom tempo.
Esse moço, cuja cabeleira começa a ser invadida pelos temíveis fios brancos, que entram sem convite e não saem mais, é Engenheiro-Químico, por profissão; saxofonista emérito, por vocação e vascaino, por compulsão, mostra, agora, mais uma faceta - a de cronista,
Seu velho pai, orgulhoso por sua criação, lhe deseja sucesso. Que o seu trabalho possa levar aos seus leitores alegrias, emoções, comoções, enfim, passar a todos os seus próprios sentimentos.
Se ainda me lembro bem do jeito do seu pai, posso afirmar que ao escrever este arremedo de biografia, sem dúvida estará chorando que nem uma besta quadrada. Valeu, "my son".