Se conselho fosse bom eu não dava...

Um conselho sempre vem precedido da frase “Se conselho fosse bom eu não dava, vendia”. São sempre os três mesmos passos. Você mete o bedelho, da o conselho e larga o jargão. O chato não é a pessoa se intrometer, mas sim ela admitir que o conselho que está dando é ruim e que se tivesse um bom não o daria de mão beijada.

Claro que a partir do momento que nos dispomos a contar o problema estamos querendo uma segunda opinião, ninguém fala por falar. Nós contamos o “causo” buscando uma ajuda pra entender o que está acontecendo, buscando um esclarecimento. Queremos o conselho, um bom conselho, se preciso for pagamos por ele. O certo seria a pessoa falar, ‘eu posso dizer qualquer coisa, ou te dar um bom conselho, porém terei que cobrar por ele. Porque ele é bom!’.

Qual é o verdadeiro valor de um conselho? Só podemos saber quanto ele vale depois de seguir ele e ver onde dá. Se ele te deu uma “luz”, te ajudou a se encaminhar, deu uma solução para o seu problema, então quer dizer que vale a pena pagar por ele. Se não é um dinheiro mal investido. Deveria existir uma tabela de preços para os conselhos. Tal conselho vale tanto. Assim você procuraria o certo e saberia o quanto ia gastar. Poderia comprar desde os genéricos, que são os do tipo “é melhor você parar e pensar”, “você não deve agir de cabeça quente”, etc. até os decisivos “se eu fosse você não casaria, porque isso vai estragar o seu futuro. Assim poderíamos saber o que esperar e quanto vamos gastar.

A verdade é que quem sou eu pra dizer alguma coisa, afinal de contas se conselho fosse bom eu não dava...

Afonso Padilha
Enviado por Afonso Padilha em 09/07/2011
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