Entardecer em Sampa

Daqui do alto deste prédio na Rua São Bento eu vejo as cores do fim de tarde de São Paulo, do trigésimo andar ela é como um cartão-postal, lá embaixo parece tão assustadora, mas, deixem-me voltar ao trabalho no escritório.

A mensagem que recebo no correio eletrônico, sexta-feira, 17:59 da tarde parece-me tão urgente!

Dá-me um comando impreciso em que necessito raciocinar logicamente (dificuldades!).

Reajo apressadamente (eu queria mesmo é escrever "lestamente") para atender ao email.

É quando me perco em pensamentos vagueantes que por final me revelam, não de forma sobrenatural, a brevidade da vida de um simples email, melhor, sua curta eficácia.

Pois vejam, qual a pressa que se possa ter em atender à um email enviado sexta-feira, 17:59 da tarde, quando o lê pela madrugada alta do sábado pro domingo tipo umas duas da manhã?

Nenhuma ora pois! Decidi deixar estas porras de email "não lidos" lá guardado na caixa de entrada, vou desligar isto aqui e fingir que não vi nada, assim não terão vida nem eficácia...

Quanto a vocês, leitores eventuais que por um motivo ou outro leiam essa m..., pensem, por favor, no que seus emails representam à vocês, se um impulso incontido de lê-los ou são como um entardecer frio e congestionado em Sampa, bom ver só daqui do trigésimo andar.

Att.,

Homem de preto
Enviado por Homem de preto em 08/07/2011
Reeditado em 29/08/2011
Código do texto: T3083620