Ruindade humana e presunção!

Ando um tanto sem criatividade esses dias,não quero me lamentar então

vou falar da ruindade humana.Alguns esquecem sua maldade e quando

sofrem têm a cara de pau de afirmar que estão passando uma provação

da parte de Deus! Pode isso? Conheço um sujeito que por sinal é parente

consanguíneo meu que é assim. O infeliz levava uma vida bem promíscua,

quando jovem,seu lema era se aproveitar o máximo de qualquer mulher

que não se dava o devido valor.Um dia depois de se aproveitar de uma

por anos a fio,a engravidou.A partir de então não a conhecia mais!

A criança nasceu,passou carência,frio,e sei lá mais o que,ou melhor presumo saber porque esse safado deve ter herdado o DNA do pai,que igualmente abandonou quatro filhos,quando ainda jovem.Uma desses quatro sou eu,outro por infelicidade é meu irmão biológico esse ser de caráter duvidoso.Mas não creio que Deus castigue ninguém;creio que nada porém fica impune.Na vida cabe aquela máxima:quem planta vento,colhe tempestade! Ele casou.Nasceram-lhe dois filhos e é por eles que eu sofro.Um deles enfrenta sérios problemas na vida,a culpa de tudo isso,falta de amor do pai.Um jovem saudável,tinha tudo para ser brilhante

estudar lutar pela vida,mas infelizmente as perspectivas não são boas.

O cara de pau do pai um dia me disse,todo fantasiado na pele de pai sofredor:"acho que Deus está me testando,pra ver o quanto aguento"... Achei um descaramento sem tamanho uma injúria dessas

contra Deus! Mordi a língua para não falar umas boas verdades! A imagem daquela criança que ele causou o nascimento e virou as costas

nunca me saiu da cabeça.Eu gostaria de ter podido fazer algo por ela.

Mas eu mesma era apenas uma criança... e sofria por imaginar o que aquele bebê passaria na vida.Ainda hoje penso nela,Juliana é seu nome.

Não sei onde vive,uma vez fiquei sabendo que a mãe havia casado e

fiquei pedindo a Deus que aquela menina,tivesse então um pai que o

biológico tinha se negado a ser.Hoje aquela criança que eu cheguei a segurar no colo,uma vez ou duas e depois nunca mais vi,deve ter seus

trinta anos,ou se não tiver,está perto.Hoje o pai biológico se lamenta

e ainda atribui a Deus as mazelas que passa com seu filho "assumido"

e "legitimado" mas não amado.A culpa é sempre nossa! Fazemos escolhas conscientes ou não,mas escolhas NOSSAS! E na hora do pior,

ah,Deus está me provando,eu sou a vítima,como sofro!

Eu só tenho dó do filho! Sofro por ele.Ele não merecia o pai que teve!

Como eu também não merecia o lixo que me pôs no mundo! Ah,perdoe.

Perdoo sim,mas esquecer,por favor,não me peça isso! Eu enfrentei

a vida do jeito que pude praticamente sozinha no mundo com apenas 15 anos! Pensa que isso foi fácil? Eu era apenas uma menina,e tive que aprender a me cuidar,física moral e espiritualmente.Tive um pai, Deus,

em quem fui ensinada a crer e nunca me deixou na mão.Às vezes eu me via dizendo ao meu pai biológico: Pai,espero que o sr.tenha sido

feliz,com sua escolha de reescrever sua história formando outra família

mas o miserável a última vez que me viu,depois de mais de 2o anos

virou a cara para mim pela primeira vez! Eu não sofri,dane-se!

Eu já havia sofrido a vida inteira de abandono,ele já havia me virado as costas há muito tempo e ainda achava que isso ia me ferir,pobre burro! Que me desculpem os burros quadrúpedes que são muito úteis e amáveis! Mas eu não sofri nem um pouco,fique ele lá com seu filho que é tão mau caráter quanto ele!Os dois se merecem! E agora me resta a certeza de que mau caratismo é genético! Eu não fiz mal algum contra meu "pai".Ele só tomou o lado do filhinho bonzinho dele,depois que minha mãe faleceu,porque eu cometi a "injustiça" de não abrir mão de algo que eles dois queriam muito,e eu fiz questão de passar para outra pessoa! Enquanto isso,vou levando a vida,resultado de minhas próprias escolhas,que boas ou não,me fazendo felizes ou não, Foram MINHAS!

E por isso,quando sofro sei reconhecer que ninguém além de mim mesma tem culpa por elas,afinal um dia as escolhi!

A vida segue,entre alegrias e dores...

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 08/07/2011
Reeditado em 08/07/2011
Código do texto: T3083299
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