UMA DOR DE CABEÇA A MAIS (BVIW)

Uma aspirina, por favor! Aspirina? Que coisa antiga! Existem remédios de última geração para dor de cabeça... Mas minha dor de cabeça não é na cabeça! Não? Não. É no coração. E desde quando coração tem cabeça? É óbvio que coração não tem cabeça, pois se tivesse pensaria duas vezes antes de se lançar de cabeça num amor bandido. Bandido? Foste assaltada? Não! Fui tomada de assalto, o que é bem diferente. Eu vinha pela vida, neurônios em repouso, coração distraído. Aliás, o coração está sempre distraído. Não fosse a razão e ele cairia em todas as ciladas da vida. Pois bem, a razão, acho que de férias, não assinalou. E eu caí sem pensar nos braços do amor. Amor bandido, entendeu? Se insinuou, me decantou e eu, inadvertidamente, segui seus passos... Vivi noites intensas, dias plenos. Entrei de coração, tronco, membros e sem cérebro. Então ela chegou! Sorrateira, sinalizando, no princípio, curtos espaços de frio em meio ao vulcão da minha paixão. E, um dia, o sangue que me corria quente nas veias, gelou. O cavaleiro andante, qual inconstante D.Quixote, foi buscar outros moinhos... Ele não foi, como diria Roberto, a "mecha de branco nos meus cabelos". Ele foi uma dor de cabeça a mais entre tantas que já tive. Uma aspirina, por favor!

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Giustina
Enviado por Giustina em 07/07/2011
Código do texto: T3081842
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