O VISITANTE
Era uma vez, outra vez, a mesma estória, repetida, ida, ida, idas e vindas, sempre à procura de um personagem, dois, três quartos, para morar, outra estória de procura-se nos classificados, um lugar para morar, perto de tudo, longe, também, de tudo, pronto e acabado, prestes a se tornar o meu lar.
Posso fazer uma pintura nova, psicodélica, estilizada, com cores e linguagens de todos os estilos, de todos os quadrantes.
Posso também pendurar um quadro na parede que retrate, além da voz do autor, o pensamento do momento e a dualidade da época vivida pelo personagem, atual e contemporãneo ao autor, seja que data for.
Posso e posso fazer tudo, aluguei, está no contrato, rezado, carimbado, é este o lugar que vou morar, neste planeta, tão azul, é aqui que vou ficar.