Amor ... platônico amor

Todo dia a mesma coisa - feijão de molho, cachorro latindo, roupa para lavar, vizinho reclamando do barulho da motocicleta com escapamento aberto entregando pizza na madrugada mas desta vez, a coisa foi diferente. Esquecido na pia, um prato foi palco de formigas notivagas fazendo pick-nick noturno na cozinha.

Quem diria... nem imagino o que sentiu o primeiro desses bichinhos quando encontrou essa "cesta básica" dando sopa num lugar vazio à luz de estrelas atravessando um vitro - tudo ao som de um concerto em ré menor de Mozart esquecido num aparelho de som tocando infinitas vezes o mesmo arranjo enquanto o protagonista desta redigia algo leve reclamando entre uma palavra e outra a mais acertada - tudo proporcionado por um figado reticente por comer algo certo em hora errada.

Bela paisagem - uma noitada e tanto aberta a felicidade. Quanto a mim, fazer o que? Deixar passar é a melhor solução - ja foi e não ha porque revirar o passado - como consolo ficou a felicidade estampada no espelho por contribuir deixando umas horas a mais aquele manjar às ciganas da noite escrevendo com as patinhas, a letra do primeiro nome de um platonico amor.

Manoel - 02/12/06 - 14:49h.

Manoel
Enviado por Manoel em 02/12/2006
Reeditado em 06/12/2006
Código do texto: T307723
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