"Prestenção" !!!!

Por que todo mundo acha que escritor gosta de falar, hein? Que inferno isso! Eu, por exemplo, amo escrever... mas odeio dar palestra ou coisas do gênero! Nas reuniões que são programadas no meu trabalho, me ofereço para fazer tudo: escolher o tema, montar as pautas, as falas, elaborar o material... mas, por favor, me deixe fora de conduzir a reunião. Quem me conhece estranha esse comportamento já que, informalmente, falo mais que a boca, sou extrovertida e mais do que despachada. Mas é a mais pura realidade. Detesto ser o centro das atenções. Uma espécie de timidez meio sem vergonha... digamos assim. Não gosto de público, eu acho.

Não encontro as palavras que correm, em alta velocidade, além dos meus pensamentos.

Meus sentidos, nesses momentos, parecem brincar num parque de diversões clandestino. Sem minha prévia autorização, pulam a cancela e debandam.

É aí que a coisa desanda: não consigo encaixar os argumentos, que insistem em se esconder (marotamente) das minhas garras. Enquanto meus pensamentos rodam no gira-gira, minhas mãos balançam livremente a procura de um túnel em que eu possa esconder e registrar meus medos. Minha boca trava feito a roleta instalada na entrada do trem fantasma e minha cabeça gira devagarinho a cada pergunta que se instala.

Não tem aquela famosa música do Roberto Carlos que fala “tudo pára quando a gente faz amor”? Acontece esse mesmo efeito comigo, só que o problema é que, diferente da história do Roberto, eu não relaxo e não gozo nunca...

É uma parada tão sinistra que chega a ser hilária. Olho para a cara daquelas pessoas e me dá uma vontade, quase incontrolável, de rir. Imagino-as fazendo cada coisa!!! E o meu esforço, em não perder o “foco”, é inimaginável.

Fico pensando... será que esse papo de pânico em falar em público é algo sério?

Sério, ou não, eu me recuso a falar sobre o assunto. Dá licença porque eu tenho que escrever mais sobre isso...