MULHERES À FRENTE DE SEU TEMPO
Jovem que fui, nas décadas de 60 e 70, guardo, com saudades, lembranças dos movimentos sociais e culturais da época. Desde criança muito curiosa, minhas recordações recuam e algumas pinceladas dos anos 50 também estão na minha memória. Sempre me chamaram a atenção o comportamento e as inovações de certas mulheres que, à epoca, faziam furor e acabaram entrando para a História.
Aos 16 anos eu andava doida para ver um filme da Brigitte Bardot que, normalmente, eram proibidos a menores de 21 anos! Brigitte revolucionou a imagem da mulher do final dos anos 1950 e início dos 60. Cabelos loiros despenteados, lábios carnudos, jeito ingênuo de ninfeta e um grande sex appel de femme fatale. Mostrava o corpo sem pudor, contrariando o padrão de comportamento da época.
A primeira-dama norte-americana do início dos anos 60, foi uma mulher que sempre me encantou. Jacqueline, com seu estilo elegante, altivo e discreto, formou com o Presidente John Kennedy o casal mais famoso da América e tornou-se um dos maiores mitos do século XX.
Os cabelos conservadores se arrepiaram quando apareceu a foto de Leila Diniz, grávida e de biquini, em Ipanema! Apesar de ser meio estranho para os costumes vigentes, eu achei o máximo. Menina corajosa, tornou-se o maior ícone brasileiro da liberdade feminina, nos anos 60, rompendo tabus com suas idéias e atitudes.
Marilyn Monroe e a cena do vestido levantado pelo jato do respiradouro do metrô! O maior mito erótico do século XX, era castanha! Pintou os cabelos, tornou-se a "loira platinada", ganhou o prêmio de Estrela Mais Popular do Mundo e cantou Parabéns a Você na festa de aniversário do presidente John Kennedy. Em 1962, aos 36 anos de idade, a morte eternizou sua beleza.
E a minissaia? Viva Mary Quant! Em meados de 1960 lançou saias que deixavam toda a perna de fora, para desespero das mulheres conservadoras e alegria dos homens. Se não fosse por ela, acho que os homens ainda estariam vendo as mulheres com saias compridas até os pés.
E Simone de Beauvoir? Nascida em 1908 (vejam só!), a filósofa e escritora francesa quebrou padrões ao assumir um relacionamento, sem casamento, com o filósofo Jean Paulo Sartre. Uma mulher que pensava como mulher, que escolheu ser livre e viver de acordo com o que dizia e pensava.
Muitas outras existiram, em todas as áreas, na época de ouro dos anos 60 e 70. Fico por aqui, para não me alongar demais e cansar os olhos e a paciência de quem me lê.