Dois problemas que necessitam de solução urgente
DOIS PROBLEMAS QUE NECESSITAM DE SOLUÇÃO URGENTE
(crônica publicada na "Revista Oficial do Avaí F. C." nº 12, maio de 2011)
Antes de discutir os dois problemas prementes que assolam o Avaí, permitam-me encaminhar, de coração, uma proposta que me parece por demais justa e meritória.
Trata-se do seguinte: existe uma tradição no vizinho estado do Paraná de mudar o nome de um clube de futebol em função de valores mais altos que se alevantam. Em 2009, por exemplo, o J. Malucelli, de Curitiba, antes Malutrom, virou Sport Club Corinthians Parananense. Agora, dois anos depois, vemos craques como Émerson, Léo Gago e Davi, mais Eltinho, Leonardo e companhia, fazerem verdadeiros estragos no campeonato parananense e na Copa do Brasil.
A proposta é transformar, por merecimento, a denominação do Coritiba para Avaí Paranaense Foot Ball Club, mantidas as cores verde e branco do time e da torcida organizada, que continuará sendo a Mancha Verde. Apenas seus atletas, adeptos, entusiastas e torcedores é que passarão a chamar-se, ao invés de coxa-branca, coxa-azul: dignificados pela nobreza do futebol jogado e honrados pela origem dos seus principais jogadores. Origem aqui entendida como o clube em que eles despontaram para a fama e o sucesso pelo menos nacionais.
Vamos aguardar mais um pouco, observar melhor e confirmar se existe mesmo consistência, como já dizem por aí, para também propor Clube Avaí Mineiro como a nova identidade do Atlético de Minas.
Mas vejamos os problemas, é isso o que mais nos importa agora. Eles são basicamente dois, como adiantado acima. Um deles é a nefasta mania de fazermos dois a zero antes de o jogo terminar, em especial ainda no primeiro tempo. Isso tem sido por demais danoso ao Avaí, já tendo nos custado títulos estadual (este ano) e nacional (em 2009), porque o adversário vai lá (ou vem aqui) e empata o jogo. Há duas soluções para o caso: punir severamente o jogador que fizer o segundo gol sem cometer o terceiro em dois minutos ou premiar enfaticamente o defensor que fizer gol contra tão logo esgotados os dois minutos de tolerância.
Experiência temos de sobra tanto para fazer gol no adversário quanto no Renan, nosso goleiro de Seleção.
O outro problema gravíssimo que precisamos enfrentar é a expulsão de atletas adversários. Isso é talvez o pior que um árbitro possa fazer contra o Avaí. É inadmissível tal atitude, não podemos aceitá-la de forma alguma. Tão indignados ficam os nossos jogadores quando isso acontece que permitem ao adversário crescer e dominar o jogo. A solução, aqui, é menos traumática: nosso treinador precisa ser orientado e cobrado para retirar de campo um jogador azurra, prestando-lhe de mentirinha assistência médica, tão logo um adversário seja expulso. Não podemos é continuar jogando contra um time com um ou dois a menos do que os nossos.
Se for o caso e a necessidade da partida recomendar, o técnico recoloca de volta, no fim do jogo, aqueles que estavam voluntariamente de fora. Aí, ninguém conseguirá segurar o nosso valoroso Leão da Ilha, acreditem.
(Amilcar Neves é avaiano e escritor; lançou, em abril, seu oitavo livro, "Se te castigo é só porque eu te amo")
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Amilcar Neves é escritor com oito livros de ficção publicados.
A partir de 01.07.2011, é candidato à Cadeira nº 32 da Academia Catarinense de Letras.