Falar muito é diferente de falar demais
Quando alguém me diz que falo demais já estou preparada para essa crítica. Às vezes, fico sem graça, mas é uma verdade: sou tagarela. Devo admitir isso.
Muitas vezes me empolgo com temas que suponho dominar ou que sejam fascinantes para mim. Encontro pessoas de todos os tipos: as que se aborrecem e me acham um saco, as que passam dessa fase e aprendem a gostar de mim e até a valorizar minha tagarelice, as que ficam absorvendo interessadas em aprender algo, as que riem comigo, as que me acham antipática, sabe-tudo, sabichona, as que competem e querem falar mais ainda do que eu, as que me acham super inteligente, as que... Olha eu aí, falando muito de novo, me prolongando, prolongando... Acho que sou uma pessoa prolixa.
pro.li.xo (adj.)
1. Demasiadamente longo, extenso ou demorado.
2. Enfadonho, fastidioso.
3. Que usa mais palavras e frases do que o necessário (estilo prolixo; pessoa prolixa).
4. Muito longo (discurso prolixo).
Fiquei pensando a causa de toda essa “prolixia”. Será que é porque eu gosto de falar ou isso vem de alguma carência, onde quero ser o centro das atenções? Buscando dentro de mim, a resposta é que gosto muito de falar, me expressar, principalmente quando entendo que meu ouvinte é alguém inteligente, argumentativo e que pode acrescentar ideias, enriquecer conceitos, opiniões, visão de mundo.
Mas como tenho a mania de querer brilhar aos olhos de todos, fiquei refletindo que quero melhorar essa minha característica. Tornando-me mais centrada, menos impulsiva ao falar. Não é à toa que temos uma boca apenas e dois ouvidos, deve ser para falarmos menos e ouvirmos mais. Ouvir mais e falar menos implica em correr menos riscos, cometer menos gafes e indiscrições.
Talvez eu nunca deixe de ser uma tagarela, de falar como uma matraca, mas posso e devo ter muito cuidado entre falar muito e falar demais. São duas situações distintas e as consequências muito diferentes.