PEQUENO LOUVOR A SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Acabo de assistir pela... sei lá... trigésima vez, ao filme "Irmão Sol, Irmã Lua", que conta a história de São Francisco de Assis.

Todas as vezes em que o assisto choro, e hoje não foi diferente. Ah, a narrativa desta vida iluminada sempre me toca fundo as cordas do coração, do meu coração cujas cordas não estão sabendo tocar quase mais nenhuma melodia, nestes tempos que se prolongam, sem vitalidade nem alegria.

Todas as vezes em que o assisto sinto-me profundamente envergonhada, com a sensação de que não me limpei de nenhum dos pecados e acumulei muitos novos.

Ah, São Francisco, meu santo mais amado: talvez por que eu me sinta há infinitos anos-luz desta pureza, desta simplicidade, no entanto, almejada, ainda, em alguma minúscula aldeia de mim, nunca me esqueço do momento em que vós chamais as pedras de "pedras vivas para a construção de um templo espiritual", um templo para abrigar os pobres e enfermos sempre na periferia de tudo.

Meu santo bem-amado: uma das poucas coisas que me alegram é que o meu livro "Flores do Outono", escrito em louvor de uma paineira, árvore sempre diante da minha janela, árvore símbolo, para mim, da natureza, e símbolo de si mesma, e símbolo de um homem por mim muito amado, ser que quis ser santo nos dias tenros da sua própria infância; símbolo, por fim, da minha esperança de ainda vir a florescer, algumas flores que seja, no outono, antes que o meu outono finde; como dizia, uma das poucas coisas que me alegram é que este meu livro foi lançado no seu dia, São Francisco, no dia 04 de outubro, há quase três anos.

Por isso me outorgo o direito,neste instante, de vos pedir a bênção, meu São Francisco amado,e de vos pedir, também, que pousais vossa mão sobre a cabeça do meu homem amado, encarnado nesta terra, para suavizar-lhe as dores, as perplexidades,a solidão.

0 hora e 45 minutos do dia 03 de julho de 2011.