AMIGAS, VIOLÊNCIA, CAROLINA, PROSA.



Sexta feira chegou! Eu nem me dei conta. A semana voou. Ou, fui eu que muito ocupada não vi o tempo passar. Parecendo a Carolina da música do Chico Buarque. Só que, não fiquei na janela.

Mas, o importante é que era dia de encontrar amigas pra um almoço recheado de prosa.
O universo feminino é algo a ser explorado. Quatro mulheres em volta de uma mesa. Todas falando quase que ao mesmo tempo, assuntos diferentes, e nenhuma perde nadica de nada.
Isso merece estudo!
O que prosear não falta nunca. Temos à mesa, variedade de assunto igual ou maior que o delicioso buffet, que escolhemos degustar.
Já de início o garçon fica abobalhado. Uma pede água com gás, com gelo e rodelas de limão. Outra quer água com gás, sem gelo e sem limão. A terceira deseja, água com gás, com gelo e suco de limão. E a quarta, um suco de abacaxi com hortelã, sem gelo. Mais tarde, ela pediu gelo.

Depois da maratona para acertar a água de quem era pra quem, vamos nos servir, e saborear as delícias, mas que ninguém pense que o papo parou nessa hora. Imagina, isso nunca !
Assuntos? Ah! Todos, desde nascimento de netos gêmeos, passando por dietas, viagens, compras, cartas de tarô.
Uma das amigas está fazendo um curso de tarô, e diz ela que logo lerá as cartas pra todas.

Ai, ai, ai...., que será que as cartas vão dizer?
Com todo carinho e respeito que tenho por ela, mas, as cartas, pouco efeito tem sobre mim. Nunca tive a curiosidade de saber. Porque creio-me, comandante da minha vida.
Agora, posso não curtir o tarô. Mas gosto demais da amiga que gosta dele.
Então está tudo certo!!!

Depois de um almoço de mais de duas horas, fomos tomar café com um docinho, pois ninguém é de ferro.
Quando estava me sentado no café, alguém me toca com delicadeza. Ao virar-me, encontro querida amiga, que há algum tempo não via. Alegria redobrada, abraço apertado compartilhado, carinho sentido.
Despeço-me da amiga, e volto ao papo da mesa. O assunto em pauta: O assalto seguido de um tiro no rosto, que uma conhecida sofreu, há duas semanas atrás. Foi manchete em todos os noticiários daqui. E a pobre passou por uma cirurgia de treze horas, e ainda passará pelo menos, por mais duas.
A violência virou assunto constante nessa cidade, pois proliferou mais que pulga em cachorro.

Capuccino servido com uma colher de chocolate, carolina que não é a do Chico/cantor, recheada com creme de gianduia, acompanharam a conversa.
E, depressão, fé, vida após a morte, entre outros papos, continuaram a rolar. O grupo queria ali ficar. Mas, a noite já escondia o dia. E, tudo que é bom também acaba.
A última palavra, como um juramento de escoteiros: Vamos nos ver com mais frequência!!
Vamos ! ! ! Todas repetiram.


Lenapena
Enviado por Lenapena em 02/07/2011
Reeditado em 09/11/2011
Código do texto: T3070469