Eu nunca?
Eu nunca disse, que seguiria alguém até o fim do mundo,
Nunca disse que falaria verdades mal educadas, porém, mesmo que fossem verdades.
Nunca disse que contaria tantas mentiras fossem necessárias
Como se todo contador já não soubesse o que tantas mentiras significam
(E todo bom ouvinte também...)
Eu nunca diria para alguém o quão insignificante é o seu ser
Mas já falei que nunca me lembraria dos erros desnecessários
Ou que nunca me esqueceria de uma dor ou uma ira.
Nunca ou Jamais,
Deixei de achar que o fim de algo fosse o começo de tudo outro
Ou que não devesse acreditar em sonhos que são breves, futuras ou presentes realidades.
Nunca usaria do pior defeito de alguém para reconhecer o meu melhor
Como nunca, reconheceria meu pior medo diante do inimigo.
Eu nunca fiz alguém rir até chorar,
E mesmo que pudesse ganhar os abraços mais sinceros,
Os carinhos mais ternos ou os beijos mais gostosos
Nunca pude deixar de ser egoísta para me apaixonar.
Talvez nunca tenha desejado direito
Mas só talvez porque a dúvida é algo que nunca me abandona ou suplanta
Nunca pensei que bastasse um grande engano para perder alguém,
Nunca quis ser o que fui enquanto não sabia amar
Ou inconsequentemente, quando não pude evitar...
Eu nunca soube ao certo o prazer de ganhar algo imensurável
Mas alguém ao certo sabe o que é o desprazer - Sem dele, ter sido censurado?
Nunca me entenderam de forma alguma
E se existe tal pretensão, não é nenhum privilégio ou obrigação,
Seria apenas algo que nunca tentaram com honra ao mérito.
Nunca cheirei tantos perfumes inebriantes, atordoantes,
Nunca degustei tantos sabores afrodisíacos ou divinos
E nem por isso, desacreditei que nunca ouviria palavras capazes de mudar o meu mundo.
Nunca abandonei o tédio ou furei o olho da curiosidade,
Jamais fiz da fé uma escada para todos os meus perdões,
Nunca errei tanto
Nunca percebi qualquer coisa pequena, inacessível ao entendimento humano,
Nunca me afastei do sofrimento por também nunca assimilar algo tão grande ou estranho,
Eu nunca fui até o fim de apenas uma coisa.
Apenas uma que provasse o quanto meus nuncas foram algum sempre.
Porque nunca disse sempre ao ato de simplesmente fazer...