Nomes que não nominam
Diante de confusa denominação, o povo distingue: “Nem sei dizer. Isso lá é nome de gente...” A sabedoria popular, criativa, como se deparasse diante de um rebanho, sem saber “quem é quem”, criou a expressão de “dar nome aos bois”. Assim aconteceu, na Una de São José, ao boi Tungão, ao bezerro Malhado, à vaca Zuzinha, ao cavalo Lampião. Denominar para distinguir, o que não se leva em consideração, ao se repetir, numa mesma casa, os mesmos nomes. A lógica explicita a equivocidade dos termos equívocos. Em várias culturas e em diversos idiomas, por analogia ou não, esses termos recebem significado conforme a circunstância do discurso. Como manga, em se tratando de roupa, é a parte que veste o braço; na hora da feira, a fruta; à boca da noite na vida campesina, a manga de candeeiro.
Dar nome a bois é fácil, mas, a filhos, mais difícil. Tarefa que, depois de muitas consultas, impera um único gosto e termina em nome de boi ou de coisa, como Acrílico ou Cafiaspirina, só porque o pai ou a mãe achou bonito. Ou escolha de nomes demasiadamente diferenciados: Manso Sossegado, Boa Morte, Bizarro Assado, Naída Navinda Navolta, Remédio Amargo, Tributina Prostituta e outros como esses encontrados nos cartórios. Há pais ou mães que criam nomes, tomando uma sílaba de cada um dos seus, formando um nome que lhes é familiar, mas socialmente estrambólico, feio como a cara de Frankstein, feita de pedaços de caras alheias, motivando constrangimentos para a criança no futuro ou aborrecimentos logo cedo em convivência com colegas de escola, tendo os pais dado o motivo para "bullying". Dessas composições saem nomes como Devercilírio, Farmácio ou Fordência. Conhece-se pai que impõe seu próprio nome, querendo filho igual a ele, a partir do nome para ninguém ter dúvida. Outros esnobam com gente de fama ou sofisticam com estrangeiros, lidos num pé de foto de alguma “high society”. Nomes em outras línguas que a criança demorará a escrever e, quando adulta, passará a vida corrigindo a pronúncia de quem o chama.
Houve um tempo em que só se batizava a criança com nome cristão, se constasse no “Martiryrologium Romanum” ou no “Liber Sanctorum”, o que não é ecumênico. Quanto a isso, há países que se preocupam com os nomes dos seus cidadãos, determinando só registrarem aqueles nomes adotados nas suas culturas. Como é o caso de Portugal, explicou-me a amiga professora Manuela Almeida, em Coimbra, onde notários em suas freguesias deverão consultar os prenomes consentidos, considerando os ausentes no “Index nominum prohibitorum”. Existem nomes que se tornam simpáticos por causa das pessoas que os usam. Zele assim o seu, ele o identifica, em todos os sentidos. No ético, há nomes que se “enfeiam”, há nomes que se embelezam... Segundo Provérbios, 22, 1, “É preferível o bom nome a muitas riquezas...”
Diante de confusa denominação, o povo distingue: “Nem sei dizer. Isso lá é nome de gente...” A sabedoria popular, criativa, como se deparasse diante de um rebanho, sem saber “quem é quem”, criou a expressão de “dar nome aos bois”. Assim aconteceu, na Una de São José, ao boi Tungão, ao bezerro Malhado, à vaca Zuzinha, ao cavalo Lampião. Denominar para distinguir, o que não se leva em consideração, ao se repetir, numa mesma casa, os mesmos nomes. A lógica explicita a equivocidade dos termos equívocos. Em várias culturas e em diversos idiomas, por analogia ou não, esses termos recebem significado conforme a circunstância do discurso. Como manga, em se tratando de roupa, é a parte que veste o braço; na hora da feira, a fruta; à boca da noite na vida campesina, a manga de candeeiro.
Dar nome a bois é fácil, mas, a filhos, mais difícil. Tarefa que, depois de muitas consultas, impera um único gosto e termina em nome de boi ou de coisa, como Acrílico ou Cafiaspirina, só porque o pai ou a mãe achou bonito. Ou escolha de nomes demasiadamente diferenciados: Manso Sossegado, Boa Morte, Bizarro Assado, Naída Navinda Navolta, Remédio Amargo, Tributina Prostituta e outros como esses encontrados nos cartórios. Há pais ou mães que criam nomes, tomando uma sílaba de cada um dos seus, formando um nome que lhes é familiar, mas socialmente estrambólico, feio como a cara de Frankstein, feita de pedaços de caras alheias, motivando constrangimentos para a criança no futuro ou aborrecimentos logo cedo em convivência com colegas de escola, tendo os pais dado o motivo para "bullying". Dessas composições saem nomes como Devercilírio, Farmácio ou Fordência. Conhece-se pai que impõe seu próprio nome, querendo filho igual a ele, a partir do nome para ninguém ter dúvida. Outros esnobam com gente de fama ou sofisticam com estrangeiros, lidos num pé de foto de alguma “high society”. Nomes em outras línguas que a criança demorará a escrever e, quando adulta, passará a vida corrigindo a pronúncia de quem o chama.
Houve um tempo em que só se batizava a criança com nome cristão, se constasse no “Martiryrologium Romanum” ou no “Liber Sanctorum”, o que não é ecumênico. Quanto a isso, há países que se preocupam com os nomes dos seus cidadãos, determinando só registrarem aqueles nomes adotados nas suas culturas. Como é o caso de Portugal, explicou-me a amiga professora Manuela Almeida, em Coimbra, onde notários em suas freguesias deverão consultar os prenomes consentidos, considerando os ausentes no “Index nominum prohibitorum”. Existem nomes que se tornam simpáticos por causa das pessoas que os usam. Zele assim o seu, ele o identifica, em todos os sentidos. No ético, há nomes que se “enfeiam”, há nomes que se embelezam... Segundo Provérbios, 22, 1, “É preferível o bom nome a muitas riquezas...”