NINGUÉM É DONO DO AMOR

Ela vem desfilando charmosa. Matreira, confunde os olhares e causa fascínio. Torna-se mais elegante e atrativa nas suas vestes discretas, no comportamento recatado.

Mãe dedicada, esposa comprometida, não é pérfida. Não é por vulgaridade que se entrega a mim. Eu a seduzi. Ela a mim se afeiçoou.

Trocamos o primeiro beijo nos recônditos da escada do prédio. Sófregos, fugidios, apaixonados. Só o recanto escuro é testemunha. O amor não é clandestino, é legítimo.

Um amor proibido e perigoso. Uma paixão, um fascínio, uma atração que não pode ser adiada, deve ser experimentada. Ficamos encantados mutuamente.

As bocas roçam-se outra vez nos recantos soturnos. A paixão acelera os nervos. Os sonhos, o amor, o encanto.

A primeira junção. Corpos contraísodos, fôlegos ofegantes. O fogo da paixão ardendo dentro e fora dos corpos. Contorcem e exasperam alma, coração e pulmão. Desejos de perpetuação, de ser dono do teu amor.

Mas ninguém é dono do amor. Mesmo que o amor se transforme em desejo alucinado e fremente. O nosso amor é apenas quando coincide o momento. Tu és dona da tua privacidade. Eu fico apenas a esperar tua vontade.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 01/07/2011
Código do texto: T3069447
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