Uma Noite, lá em Casa
Quando chego do trabalho, já com cara de doente, reclamo bastante do salário, do patrão, do tráfego, de como estava cheio o banco.
Jogo-me no sofá, abaixo a televisão e começo com a minha cantilena preferida: o dinheiro não vai dar para pagarmos as contas.
Ela, então, com sutileza,
diz que é para eu vir pra mesa,
que eu me esqueça da despesa
e procure me alimentar.
Ou me explica, com cuidado,
que é melhor deixar de lado.
E me aponta o ensopado
pra comer senão vai esfriar.