O DIA A DIA



 
 
O mundo lá fora, de mim que pouco saio e participo urbanamente, lá fora de tudo é pulsante, frenético, todos os personagens agitados, como que compromissados em horários e estilo de viver.

Todos, os que são servidos e os que servem, os executivos e jovens, e os garçons e taxistas, todos estão em ritmo de alguma coisa. Já não percebem mais que estão como que ligados numa tomada.
Se a tomada fosse desligada, todos eles sentiriam um choque de o que estarão fazendo e o porquê estão ali.

Mecanizados, seguem um ritmo robotizado que começa quando despertam. É subliminar, nem sabem mais que correm depressa, que sorriem depressa, falam em poucas palavras e respondem de modo breve, rapidamente. Ouvem o que já entenderam e aguardam o sinal de poder continuar na sua fala e procedimentos.
Um auê automático, pensando que sentido como alegria, ou entusiasmo.

Mas não é isso.

A impaciência, o corre-corre, o tempo, à hora, o início, o fim, à volta pra casa...
O banho, o cair na cama, o despertar, o correr que já estão atrasados para começar o dia, o serviço, o compromisso, as obrigações! Cada um mais cansado que o outro, aflito, correndo atrás de começar o dia seguinte.