O FASCÍNIO DO CINEMA

Assistir a filmes ainda continua sendo uma das melhores formas de entretenimento. Mesmo na era dos DVDs... Cinema, mesmo na tela da TV, continua sendo uma boa diversão... Todo mundo fica sempre esperando os lançamentos, seja para ver o seu ator ou sua atriz preferida, ou também o diretor de sua preferência. Um bom filme, seja no cinema ou em casa, tem sempre um lugar especial em nossa programação de lazer.

Os filmes que povoaram a minha infância, em sua maioria, foram os faroestes. Era sempre uma grande alegria ir ao cinema aos domingos para assistir à matinê... Ou à tarde, para ver o filme que passava na “soirée”... Nessa ocasião também aconteciam as trocas de revistas em quadrinhos, os famosos “gibis”: Rock Lane, Flecha Ligeira, Kit Carson, Fantasma, Superman, dentre outros. Curtíamos muito os filmes com John Wayne, Kirk Douglas, Burt Lancaster, Robert Mitchum, Glenn Ford... Íamos ao Cine Palácio ou ao Cine Ideal. Eu gostava mais do Cine Palácio, pois era um pouco mais requintado. Eu me lembro que, pouco antes de o filme começar, apagavam-se as luzes brancas e acendiam-se carreiras de luzes coloridas no teto, que iam se acendendo e se apagando em sequência.. E tocava-se a música tema. Era um delírio geral, com muita gritaria e muitos assovios. Sempre havia um seriado, em que o finalzinho era um suspense. Geralmente a mocinha ou o mocinho se viam numa situação complicada que seria resolvida uma semana depois, no episódio seguinte.

Eu me lembro de uma sessão de cinema que acontecia lá perto da minha casa, quando morávamos em Governador Valadares, norte de Minas. A projeção era ao ar livre, logo no início da noite. A gente ficava sentado no chão... As pessoas ficavam dos dois lados da tela de projeção: os que sabiam ler ficavam na posição frontal. Os que não sabiam ler ficavam atrás e não se importavam com os letreiros invertidos... Durante um certo tempo frequentei o lado das letras invertidas... Depois, mudei de lado... Diverti-me muito com os filmes do “Gordo e o Magro” (Stan Laurell e Oliver Hardy). Um dos filmes que marcou muito foi o "Vinte mil léguas submarinas", com Kirk Douglas que usava uma camisa listrada... Aquelas sessões de cinema podiam ser denominadas de "cine poeira", pois a rua não era calçada... Assim, quando algum carro ou carroça passava, subia muita poeira... Outra coisa era a reclamação de todos quando a fita arrebentava. E isso acontecia frequentemente, pois as fitas eram muito rodadas... De qualquer forma, com todas as limitações, aquelas sessões de cinema ao ar livre e as sessões de matinê marcaram muito a minha infância e me trouxeram muita alegria. ..

Ainda hoje, cinema continua sendo uma das melhores diversões, como se diz por aí. Mas, ao que tudo indica, os filmes da nossa infância tinham um gostinho todo especial. Alguns dizem que "já não se fazem mais filmes como antigamente..." Na minha opinião, também hoje se fazem bons filmes. A questão é que quando se é criança a nossa percepção das coisas parece mais aguda e curtimos tudo de uma maneira mais intensa. Daí a saudade dos "velhos tempos"...

José de Castro
Enviado por José de Castro em 27/06/2011
Reeditado em 27/06/2011
Código do texto: T3060217
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