FERMENTO VELHO

Alem de refletir sobre o tema curiosamente pesquisei em que contexto a frase de Paulo estava inserida. Prescrito no Antigo Testamento (Êxodos), na véspera da Páscoa dos hebreus, as mulheres obedecendo às determinações da Lei de Moisés costumeiramente deveriam examinar por toda a residência qualquer vestígio de pão fermentado e eliminá-lo para que a celebração da “santa passagem” fosse feita somente com “pão ázimo” (sem fermento). Um pouco deste hábito foi incorporado aos rituais cristãos quando nesta data fazia-se uma “limpeza pascal”: tudo aquilo que fosse velho, desgastado, imprestável eliminava-se dando lugar à coisas novas para que a partir de então tudo fosse “novo”, “limpo”, “inteiro”.

É comum observamos as gavetas de nossos armários entupidas, estufadas, sobrecarregadas de inutilidades. É o retrato de nosso apego desmedido que exercemos às coisas que já não são mais tão importantes, mas que egoisticamente não nos desfazemos, talvez por medo de mudanças, falsa proteção.

Como metáfora imaginemos agora o nosso coração dentro da casa de nosso Espírito, “fermentado” por valores e princípios ultrapassados que sempre determinaram nossa forma de viver. É o nosso “coração de pedra”, nosso “ego”. Limpar este “fermento velho” é exterminar tudo aquilo que possa lembrar um passado culposo, defeituoso e que se continuar existindo será sempre agente nocivo às nossas ações, um obstáculo à renovação, tendo em vista principalmente o período que estamos vivenciando atualmente onde tentamos humildemente nos colocar como seguidores de Jesus. Portanto estamos também celebrando esta “passagem” como “pães sem fermento” (ázimos) que se fará crescer com o “fermento” dos estímulos construtivos e esclarecedores das palavras de Jesus modelando-nos e direcionando-nos espiritualmente.

Paulo orienta através desta simbologia aquilo que a Doutrina Espírita corretamente exige de todos nós como sendo fator determinante ao nosso crescimento moral: A Reforma Interior!

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 26/06/2011
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