O famoso "e se..."

Ah, como é divertido o "e se..."! E se tivéssemos escolhido outra profissão? E se tivesse me apaixonado por outra pessoa? E se eu não tivesse nascido?

O "e se.." é divertido porque ele subverte a realidade, afinal não houve nunca um "e se...", o que há é o que foi. Mas gostamos de pensar no "e se", por arrependimento ou por simples curiosidade.

Em se tratando de História, o "e se..." é muito conhecido e tem sido combatido desde que ela se tornou ciência (no século retrasado, por sinal). O que se costuma dizer é que a História trabalha com o que aconteceu e não com o que podia ter acontecido ou com o que acontecerá. Mas essa visão tem sido revisitada - o próprio fato de ser capaz de analisarmos integralmente o que realmente aconteceu está sendo questionado, mas isso já é outra história.

Surgiu então uma corrente dentro da História que se chama de História Contrafactual. Ela não vai contra os fatos, ela apenas aposta nas possibilidades. E se Gengis Khan não tivesse existido? E se a Abolição não fosse proclamada? O "e se..." entra na história.

A História Contrafactual nos ajuda a entender a importância de determinados processos tentando enxergar o mundo sem eles, mas ela deve sua existência em boa parte ao nosso gosto pela imaginação. Como dissemos antes, o "e se..." é muito divertido.