Foto do meu arquivo pessoal. Solidão da Sabiá.  Em 25/06/2011




A DOR, A FALTA, O AMOR...


Sentir a dor da perda ou do abandono nos faz espremer amargas palavras dento do peito igual a fruta quando extraídos seus sumos ácidos. Sentimos o sabor ruim da separação, mas aos poucos, a esse gosto será acrescentado doses de aceitação e conformidade. E desse jeito a dor será amenizada. 

Ninguém está imune a dor. Sejam em gotas ou  generosas doses. A qualquer momento, sem aviso ela chega. A regra é não lhe dar valor excessivo. Se surgir, devemos descobrir de onde veio, como nos chegou e, assim, encontrarmos saídas para que se vá desse labirinto que é o nosso corpo. A começar pelos olhos...

Se a falta toma-nos por ímpeto ou mesmo se chega sorrateiramente,  a solidão instala-se na alma, deixando-nos em sofrida quietude.  Calam-se voz e letras. E petrificado fica o corpo. Total silêncio se faz como aquela noite escura sem estrelas e sem lua. Onde até o grilo, em respeito a ausência sentida, dispensa sua orquestrada apresentação. Compartilhando, assim,  da nossa mudez.

Estar distante de quem amamos, seja por minutos ou para sempre, é eternidade cuja solução é  senão o breve reencontro ou o total esquecimento. Mas quem muito ama consegue apagar as recordações?

Ah, como é suave falar de amor! O amor, essa força, é capaz de dar sentido às letras mortas. Sem vidas. Um ser apaixonado tem olhos que enxergam coisas que ninguém mais consegue ver. Sua alma dança com batidas cadenciadas de um coração em ritmo da paixão, cujos sons só ele ouve.  E na boca já não há mais palavras! Dela saem cânticos de enamorados beijos.

O amor tem esse poder de melhorar tudo com magnanimidade. É tão fascinante que até quem acredita ser desprovido de talento para poesia feito eu, quando apaixonado tem condições para criar grandes obras! Amor é como vinho que adocica a vida dando-nos a leveza da alegria inebriante. Um brinde a ele, então!rs