Ele prometeu a Cefas
Tu es Petrus...
Pedro e Paulo. A noite é dos dois.
Mas é Pedro, e não Paulo, quem comanda a festança na noite de 28 de junho. Uma festa mais discreta e menos barulhenta do que a de João Batista. Mas tão importante quanto a festa do Precursor.
Afinal, é a noite em que se homenageia, também com dança, fogos e muita comida, o mais importante dos apóstolos, depois, claro, de Maria Madalena, que até lhe teria despertado algum ciúme, dada a maior intimidade dela com o Rabino. Mas isso é outra estória.
Pedro, um homem iletrado, segundo o Ato dos Apóstolos; genioso, intransigente, temperamental, segundo outros escritos religiosos.
Mas tão grande era o seu prestígio junto ao Profeta de Nazaré que Este não hesitou em fazê-lo o lider maior de sua Igreja:
"Tu es Petrus et super hanc petram aedificabo Ecclesiam meam..."
E de acordo com a Bíblia, ainda lhe confiou as chaves do Céu - Et tibi dabo claves regni coelorum.
Outro motivo. Pedro teria sido o primeiro papa e o primeiro bispo de Roma.Teria?
Faço esta pergunta porque, de acordo com alguns livros profanos que andei folheando, ainda se põe em dúvida se Simão Pedro foi, de fato, o primeiro papa e o primaz de Roma.
John L.Allen,Jr. in Conclave, escreve: "A tradição da Igreja vê Pedro como o primeiro papa, mas os historiadores dizem que nem Pedro nem seus sucessores imediatos receberam esse título."
Parece-me, entretanto, vitoriosa a tese que o confirma como o primeiro Pontifex Maximus e o primeiro pastor da Cidade Eterna.
Mas não vou - ou não devo -, neste instante, alimentar essa discussão, embora a ache deveras instigante.
Mas não há como falar de São Pedro deixando de lado os seus sucessores.
A história dos nossos papas é interessantíssima, e, ao mesmo tempo, confusa.
Repleta de surpresas e contradições.
Ainda existe, por exemplo, quem pensa que os papas, sem exceção, foram (e são) homens sem máculas, irretocáveis, santos. Não é verdade.
Até chegar ao circunspecto Bento XVI, passaram pelo trono petrino papas santos e papas calhordas.
Juan Maria Laboa Gallego, no seu livro História dos Papas, afirma com muita clareza que houve "papas bons e papas santos, papas medíocres e papas maus".
Tivemos, sim, papas geniais, inteligentes, competentes, operosos; e papas preguiçosos, intelectualmente despreparados que, como dizem por aí, só tocaram o barco do Pescador porque recorreram (?) ao Divino Espirito Santo.
Papas que praticaram as sete virtudes - Caridade, Generosidade, Temperança, Diligência, Humildade, Castidade e Paciência; e papas que cometeram os sete pecados capitais - Ira, Preguiça, Inveja, Luxúria, Soberba, Avareza e Gula, esta a classificação de Tomás de Aquino.
Tivemos papas perseguidos e perseguidores.
Papas politiqueiros. Papas que se suicidaram; que foram assassinados; e papas que mandaram matar.
Papas libertinos e papas larápios.
Papas que nunca existiram - o caso de João XX; antipapas - o caso do primeiro João XXIII; e até uma papisa.
Na lista dos papas calhordas estariam, entre outros, Estevão VI, João XXI, Sisto IV, Alexandre VI, Paulo II, Inocêncio VIII e Bonifácio VIII. Eles reinaram entre 896 e 1492.
Muitos papas também viraram santos.
Uns pelas suas virtudes, pelos seus milagres; outros pelo prestígio que desfrutavam na cúpula do Vaticano.
Eis uma verdade irrefutável: a Igreja Católica, por causa de maus pontífices, teve que enfrentar, ao longo de sua existência milenar, zonas de preocupantes turbulências.
Essas turbulências, é bom que se diga, lhe não abalaram os alicerces, que se mostram cada vez mais firmes.
Significa, no meu modesto modo de ver, que, pelo menos até agora, continua valendo a promessa feita pelo Nazareno a Cefas, seu Apóstolo predileto, de que "as portas do inferno não prevalecerão contra ela" - ...et portae inferi non prevalebunt adversam eam.
Tu es Petrus...
Pedro e Paulo. A noite é dos dois.
Mas é Pedro, e não Paulo, quem comanda a festança na noite de 28 de junho. Uma festa mais discreta e menos barulhenta do que a de João Batista. Mas tão importante quanto a festa do Precursor.
Afinal, é a noite em que se homenageia, também com dança, fogos e muita comida, o mais importante dos apóstolos, depois, claro, de Maria Madalena, que até lhe teria despertado algum ciúme, dada a maior intimidade dela com o Rabino. Mas isso é outra estória.
Pedro, um homem iletrado, segundo o Ato dos Apóstolos; genioso, intransigente, temperamental, segundo outros escritos religiosos.
Mas tão grande era o seu prestígio junto ao Profeta de Nazaré que Este não hesitou em fazê-lo o lider maior de sua Igreja:
"Tu es Petrus et super hanc petram aedificabo Ecclesiam meam..."
E de acordo com a Bíblia, ainda lhe confiou as chaves do Céu - Et tibi dabo claves regni coelorum.
Outro motivo. Pedro teria sido o primeiro papa e o primeiro bispo de Roma.Teria?
Faço esta pergunta porque, de acordo com alguns livros profanos que andei folheando, ainda se põe em dúvida se Simão Pedro foi, de fato, o primeiro papa e o primaz de Roma.
John L.Allen,Jr. in Conclave, escreve: "A tradição da Igreja vê Pedro como o primeiro papa, mas os historiadores dizem que nem Pedro nem seus sucessores imediatos receberam esse título."
Parece-me, entretanto, vitoriosa a tese que o confirma como o primeiro Pontifex Maximus e o primeiro pastor da Cidade Eterna.
Mas não vou - ou não devo -, neste instante, alimentar essa discussão, embora a ache deveras instigante.
Mas não há como falar de São Pedro deixando de lado os seus sucessores.
A história dos nossos papas é interessantíssima, e, ao mesmo tempo, confusa.
Repleta de surpresas e contradições.
Ainda existe, por exemplo, quem pensa que os papas, sem exceção, foram (e são) homens sem máculas, irretocáveis, santos. Não é verdade.
Até chegar ao circunspecto Bento XVI, passaram pelo trono petrino papas santos e papas calhordas.
Juan Maria Laboa Gallego, no seu livro História dos Papas, afirma com muita clareza que houve "papas bons e papas santos, papas medíocres e papas maus".
Tivemos, sim, papas geniais, inteligentes, competentes, operosos; e papas preguiçosos, intelectualmente despreparados que, como dizem por aí, só tocaram o barco do Pescador porque recorreram (?) ao Divino Espirito Santo.
Papas que praticaram as sete virtudes - Caridade, Generosidade, Temperança, Diligência, Humildade, Castidade e Paciência; e papas que cometeram os sete pecados capitais - Ira, Preguiça, Inveja, Luxúria, Soberba, Avareza e Gula, esta a classificação de Tomás de Aquino.
Tivemos papas perseguidos e perseguidores.
Papas politiqueiros. Papas que se suicidaram; que foram assassinados; e papas que mandaram matar.
Papas libertinos e papas larápios.
Papas que nunca existiram - o caso de João XX; antipapas - o caso do primeiro João XXIII; e até uma papisa.
Na lista dos papas calhordas estariam, entre outros, Estevão VI, João XXI, Sisto IV, Alexandre VI, Paulo II, Inocêncio VIII e Bonifácio VIII. Eles reinaram entre 896 e 1492.
Muitos papas também viraram santos.
Uns pelas suas virtudes, pelos seus milagres; outros pelo prestígio que desfrutavam na cúpula do Vaticano.
Eis uma verdade irrefutável: a Igreja Católica, por causa de maus pontífices, teve que enfrentar, ao longo de sua existência milenar, zonas de preocupantes turbulências.
Essas turbulências, é bom que se diga, lhe não abalaram os alicerces, que se mostram cada vez mais firmes.
Significa, no meu modesto modo de ver, que, pelo menos até agora, continua valendo a promessa feita pelo Nazareno a Cefas, seu Apóstolo predileto, de que "as portas do inferno não prevalecerão contra ela" - ...et portae inferi non prevalebunt adversam eam.