PERTO DOS 60 ANOS, E OS SONHOS CONTINUAM.


Estou perto de me tornar uma sexagenária. Nunca havia pensado em como estaria ao alcançar essa idade. Alias, nem sabia se chegaria a tê-la. Minha mãe, nem aos 40 anos chegou e meu pai, mal completou 50 quanto a morte o levou.

Gosto de ver em meu rosto as marcas dos caminhos percorridos ao longo desse tempo, a mim parece que ele se apossou de uma beleza que antes não possuía.
A pele não tem o mesmo viço, mas os sulcos que apresenta deu a ela um desenho especial, que nenhuma outra tem. Já que cada um percorre caminhos com passos e atitudes diferentes, e com isso vai criando marcas únicas.
O sorriso já não vem mais tão solto ou ruidoso. Mas quando se mostra, vem diretamente da alma, e irradia uma alegria verdadeira.
Os olhos, ah, esses continuam falando abertamente de mim. É só vê-los para que eu perceba, que a menina curiosa e arteira, a jovem sonhadora, continua lá. Juntou-se a elas, a mulher que continua sonhadora e mais curiosa pela grandiosidade da vida.

Claro que continuo sonhadora, e porque não seria !
Estar perto de fazer 60 primaveras, não tira de mim a vontade de realizar, aprender e servir.
Muito ao contrário. Me coloca mais no centro do palco da vida. Hoje, percebo que personagem gosto de ser, e uso com mais segurança as minhas habilidades

Os sonhos do momento, são muitos. Em áreas distintas.
Em meu trabalho voluntário, eles só tem feito crescer, e hoje, estou ligada há 18 grupos. A cabeça ferve com os projetos que quero realizar.

Existem aqueles sonhos mais de ordem material, mas que são válidos também. Enquanto me empenho por alcançá-los, vou desenvolvendo habilidades importantes.
O do momento, é adquirir um apto, onde o filho mora há sete anos. E os esforços, tem rendido frutos, e creio que em breve, o sonho vire realidade.

Enquanto escrevo o fone toca, atendo. Do outro lado a voz querida do filho, conta, feliz: Mãe, estou em Monaco, sai de Cannes hoje pela manhã. Vim de elicóptero. Tenho tantas novidades sobre o festival....
Esses são sonhos, sonhados pelo filho. E, eu os incorporo aos meus.

Volto a escrever e penso: Ah, as décadas estão passando, e sou tão grata ao tempo, que é meu companheiro inseparável, em tudo que construo em mim, e a minha volta.
Ao longo do tempo, vive dores, vicissitudes e perdas. Mesclada por alegrias, e boas construções interiores.
Enquanto tiver vida, continuarei sonhando. Eles mudam de foco, mas a intensidade ao ir buscá-los, é sempre a mesma. Não importa o quanto o calendário tenha avançado.


(foto da autora)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 25/06/2011
Reeditado em 08/11/2011
Código do texto: T3055954