SÓ AS CRIANÇAS FALAM A VERDADE

Estávamos no final de fevereiro e faltavam poucos dias para o final do Horário de Verão. Como o crepúsculo só acontecia aproximadamente das 19:0 às 19:30h, aproveitei para ir ao McDonald`s de Cabo Frio, como tinha prometido à minha filha de oito anos. Fomos de ônibus, pois o meu carro encontrava-se na oficina.

Lá chegando, passeamos no calçadão do Canal de Itajuru e tiramos algumas fotografias, tendo como fundo o Morro da Guia e a Ponte Feliciano Sodré. Minha filha, vendo que eu estava entretido, vez ou outra me relembrava que deveríamos ir ao McDonald`s.

– Sim, filha, já estamos indo! – respondia-lhe.

Pela quarta ou quinta vez, sendo lembrado do compromisso na tal lanchonete...

– Filha, estamos seguindo em direção ao MacDonald! – e realmente estávamos.

Na terceira quadra, dobramos à direita. Minutos depois, senti algo no nariz... uma espécie de coceira, e não percebi que a minha pequena me olhava, a sorrir, ao notar que o meu indicador estava no nariz. Vendo aquele sorriso matreiro, fiquei curioso e perguntei-lhe:

– Filha, porque você está rindo?

Ela, depois de alguns segundos a me olhar, me fez uma pergunta surpresa:

– Meu pai, você teria coragem de colar meleca detrás do banco do ônibus?

– Claro que não, meu anjo! Isso, além de ser falta de educação, é falta de higiene – continuei – você não teria coragem, teria?

Ela me olhou com uma certa reserva...

– Me desculpe, papai. Mas até hoje eu não sabia QUE TINHA CORAGEM, MAS... ME DESCULPE!

Este trabalho está registrado na Biblioteca Nacional-RJ

carlos Carregoza
Enviado por carlos Carregoza em 30/11/2006
Código do texto: T305590