PERTINÊNCIAS E IMPERTINÊNCIAS
 

     Estive pensando nessas duas palavras e a diferença que um simples “im” faz, não somente na grafia, mas no significado (delas) e na nossa vida. Pertinência refere-se a pertencer, ser próprio “de”, fazer parte. E impertinência diz-se de quem é rabugento, enfadonho, aborrecido, importuno, ou seja: indivíduo impertinente, difícil de contentar. Andei compreendendo bem, (na prática) esses significados quando, fazendo parte de um grupo, ou seja, sendo “pertinente” a ele, fui vítima de pessoa “impertinente”, com todos os sinônimos que essa palavra permite.
     Aprendemos todos os dias com o ser humano, tanto com os “pertinentes” como os “impertinentes” e acredito que os do segundo grupo tenham mais a nos ensinar, para que tenhamos a exata noção daquilo que “não” devemos ser.
     Penso que ao exercermos uma liderança, qualquer que seja, temos que colocar em segundo plano o nosso “eu” e focarmos no coletivo. O “nós” deve vir sempre em primeiro lugar. As decisões devem partir do coletivo e não daquilo que pensamos ou convencionamos de “certo” ou “errado”.  
     Já dizia Fernando Pessoa que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Eu, que tenho alma grande e generosa, sei que sou pertinente a um grupo de pessoas que ama a liberdade, acima de tudo. Quanto aos impertinentes, torço para que um dia caiam em si e, como já aprendi alguma coisa nessa vida, digo a eles que a vida nos ensina de duas formas: pelo amor ou pela dor. É só escolher...

By Angela Ramalho
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