TOMARA!

As mudanças em todas as atividades da vida humana parecem ocorrer com uma velocidade astronômica, o furor incontrolável dos furacões, a incrível rapidez da luz. Outrora tínhamos máquinas de datilografia e era necessário fazer um curso intensivo para decorar todas as letras do teclado para escrever naqueles instrumentos que hoje mais lembram pequenos dinossauros de uma época remota. Parece que foi ontem que vi na revista Veja o furo de reportagem sobre a invenção do vídeo-cassete, o instrumento que iria revolucionar a arte cinematográfica. Fizeram o maior estardalhaço a respeito, ao Brasil ainda não havia chegado e já sonhávamos em ter nosso próprio cinema em casa. Hoje assistimos aos filmes tanto pela internet quanto pelos Dvds substitutos dos já ultrapassados cds que, por sua vez, ficaram no lugar das jurássicas fitas de vídeo.

A internet trouxe para nossas atividades os fatos em cima da hora, no exato momento em que acontecem e viram notícia. Na mais esquecida cidadezinha do interior alguém pode ouvir emissoras de rádio do Japão, Paris ou Arábia, para isso é suficiente acessar a net e pesquisar no Google o que deseja. Há não muitos anos, fã da rádio Globo que era, procurando sua sintonia de qualquer maneira, eu inventava as antenas mais mirabolantes e estrambóticas com esse ansioso objetivo, mas tudo ficava somente na vontade.

Nos filmes de ficção científica de antigamente víamos os personagens conversando através de vídeo-fones e ficávamos embasbacados e surpresos diante de tanta criatividade dos cineastas, achando que provavelmente aquilo nunca seria possível na vida real. Foi também a internet que nos trouxe essa possibilidade via câmeras incrustradas nos computadores inicialmente, hoje já fazendo parte integrante dos I-Pads e Tablets da vida com a maior naturalidade. Nós, de outras gerações, nos surpreendemos ante tantas novidades, mas a criançada de agora vem à luz segurando um mouse sem fio e logo cedo aprendem os termos internéticos com a maior facilidade.

Não faz tanto tempo assim, quando chegava o fim de semana se fazia necessário sacar algum dinheiro na boca do caixa e levar talões de cheque para as compras dos dias em que os bancos permaneciam fechados. Se alguém esquecesse de fazer sua retirada na sexta-feira não teria dinheiro no bolso para compras básicas, muitas vezes tendo de recorrer a comerciantes amigos para trocar cheque com vistas a não ficar "liso" sábado e domingo. Agora os caixas eletrônicos são como bancos 24 horas e podemos sacar com o cartão de débito/crédito a qualquer hora do dia e parte da noite(se não existissem os criminosos certamente poderíamos retirar dinheiro no caixa eletrônico até pela madrugada). Já não precisamos tanto de cheques assim porque o cartão de crédito o substitui tranquilamente. Lembro que antes dele tudo era mais complicado e problemático, e como eles foram cognominados de "dinheiro de plástico" quando surgiram.

Não sei que novas descobertas e invenções surgirão amanhã ou daqui a pouco, mas decerto serão novidades cada vez mais sofisticadas que se tornarão essenciais tão-logo lançadas no mercado. O mundo parece ter alcançado uma velocidade de rotação e translação inusitada. Será que um dia descobrirão uma maneira de o ser humano não envelhecer? Ou não morrer. Tomara!

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 24/06/2011
Reeditado em 14/04/2013
Código do texto: T3055427
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