O BOXEADOR
Parafraseado de:The Boxer
Simon & Garfunkel
Eu era apenas um pobre rapaz cheio de sonhos chegando a esta cidade gigante chamada São Paulo.A minha história é raramente contada. Eu despedacei minha resistência deixando para trás toda uma vida com os bolsos cheios de resmungos tais eram as promessas de uma nova vida, com o futuro lotado de esperanças.
Todas as mentiras e brincadeiras ainda um homem ouve, o que ele quer ouvir e brincar quando quer brincar, desconsiderando o resto que é o puro e verdadeiro. Quando eu deixei a casa e todas as pessoas que fizeram parte da minha vida até aquele momento, eu não era mais um menino, embora o sentimento até hoje ainda me faça ser um menino nas lembranças. Na multidão em companhia de estranhos no barulho infernal da cidade, sentiame solitário e perdido na sofreguidão das ruas movimentadas, onde o medo do incerto era o meu companheiro constante.Nesta cidade via pessoas buscando os quartos mais baratos aonde o povo esfarrapado sempre ia. Eram as pensões imundas do centro de São Paulo onde um dia a turma da Jovem Guarda se hospedou. Eles buscavam a fama; e estes pobres homens buscavam o emprego para ganharem o salário de trabalhador e, tocarem a vida em frente! Hoje eu venho procurando um emprego, mas fico sem ofertas. Na época em que ainda existiam putas na Avenida Rio Branco, os empregos eram mais fáceis para qualquer cidadão. Eu declaro, que houve momentos em que eu estava tão solitário e que muitas vezes em pesnamento buscava conforto lá. Agora os anos estão passando por mim, como rochas uniformizadas. - Eu sou mais velho hoje do que eu era há anos atrás, quando aqui cheguei.
Não sou mais jovem e mesmo que eu queira, não serei mais. Na vida é assim. Parece estranho, mas, as mudanças acontecem sobre as mudanças! Somos mais ou menos os mesmos depois das mudanças que sofremos! Mas isto é uma mentira! Não há como sofrer mudanças e ser o mesmo! Então eu estou colocando a minha roupa de inverno e desejando que o calor do sol retorne imediatamente para que eu retorne para a minha rotina, que me faz muita falta! Agora sou como um boxeador que já está fora de combate há muito tempo Não estou sangrando de fato; mas a minha alma está sangrando. Talvez eu seja um lutador de boxe que carrega nas lembranças os nocautes que a vida lhe impôs cujas luvas já estão velhas e surradas e, que não servem nem para proteger as mãos deste frio forte e causticante.
Dito
Jacaré do Corrente